ANTÔNIO RODRIGUES DA SILVA

Antônio Rodrigues da Silva foi vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857. (Atas da Câmara de Amparo, 1). Voltou à câmara em 1861 como suplente juramentado para substituir eventualmente vereadores faltosos..
Ocupou outros cargos públicos. Em 24/12/1862 e 8/10/1866 foi nomeado suplente de Juiz Municipal e de Órfãos. (Atas, 1:122v/123 e 2:24v/25). Em 7/10/1868 foi declarado suplente de Juiz de Paz, mas com a expressiva votação de 119 votos. Nessa ocasião foi qualificado como lavrador. (Atas, 2:76/77v). Em 26/12/1870 foi novamente nomeado suplente de Juiz Municipal. (Atas,3:4)
Em 1/8/1871, com o falecimento de Luís Pinto de Sousa Aranha, 2º Juiz de Paz, ocorre a convocação de Antônio Rodrigues da Silva, suplente mais votado. (Atas, 3:54). Antônio Rodrigues da Silva comunica na ocasião que seu estado de saúde o impede de tomar posse do cargo de Juiz de Paz; a Câmara convoca então o segundo suplente mais votado, Dr. Francisco Antônio de Araújo, para preencher a vaga, que fora aberta com o falecimento de Luís Pinto de Sousa Aranha.(Atas,3:57)
A despeito de seu estado de saúde voltou a ser lembrado na política; em 14/4/1873 entre os suplentes dos vereadores eleitos para o quatrienio 1873/1877 constava Antônio Rodrigues da Silva. (Atas,3:147)
Em 4/5/1874, tendo sido aprovado pela Assembléia Provincial o Regulamento para Arrecadação do Imposto para as Obras da Matriz, houve a nomeação da Junta de Lançamento desse tributo. Foram propostos: Tenente-Coronel José Lourenço Gomes, José Manuel Cintra, Antônio Joaquim da Cunha Pantaleão, Antônio Rodrigues da Silva e Antônio Pedro Xavier. (Atas,3:212)
Em 28/5/1877, ao “tratar-se dos preparativos para recepção dos distintos hóspedes Imperiais nesta cidade por todo o mês de Junho”, a Câmara deliberou “nomear em cada bairro uma pessoa para os ajudarem, sendo os nomeados: Capitão Antônio Pedro de Godoy Moreira, José Pedro do Nascimento, Antônio Rodrigues da Silva, e outros”. (Atas,3:323)
Antônio Rodrigues da Silva, viúvo de Manuela Maria do Espírito Santo, casou no Amparo em 1873 com Senhorinha Maria de Jesus, natural de Campinas, filha de Camilo Corrëa da Silva e Josefa Martins. (CA-6:60). Não encontramos geração de nenhum desses casamentos.
Foi homem abastado. Antônio Rodrigues da Silva era dono de um sítio de 200 alqueire de terras, plantadas de milho, confrontando com Manuel Palhares. Esse sítio fora adquirido em 1853 "por herança de seu antecessor Francisco de Sousa"(sic). Antecessor, no caso, significa primeiro marido de sua mulher.
No Livro de Posturas de Amparo (PO,55) consta que ele construiu um prédio na Rua Direita, mais tarde Rua 13 de Maio, n. 150, onde residiu meu avô Artur Alves de Godoy e depois meu pai Nelson Alves de Godoy. Passei ali boa parte de minha vida. Hoje, demolido o casarão, um prédio moderno sedia a Casa Bahia. Segundo meu pai e outros parentes, Antônio Rodrigues da Silva teria sido quem emprestou cinco contos de réis a meu bisavô João Aleixo de Godoy, quando este, que perdera tudo na crise do algodão, inclusive seu sítio no bairro do Carretão, em Itatiba, veio procurar um emprego de administrador de fazenda no Amparo. Antônio Rodrigues não só lhe emprestou o dinheiro, mas o estimulou a comprar a fazenda Pedra Branca e a plantar café. Segundo meu pai, Antônio Rodrigues da Silva era mulato, segundo outros parentes era português. De qualquer modo, seremos sempre gratos a ele. (IP)
Essa casa da Rua 13 de Maio, então Rua Direita, já existia em 6/2/1871, quando, ao se tratar do nivelamento na saída da Rua Direita, houve a desapropriação de terrenos de José Silveira Franco, João Bokiler e Firmino Pires Cardoso, por compra particular, afim de dar à Rua Direita a largura de 60 palmos desde “a casa de Antônio Rodrigues da Silva até a casa do Alferes Rodrigues, última casa da mesma rua”. (Atas, 3:18). Mas ele foi dono também de uma casa vizinha:
na ata da sessão de 10/6/1876 a Câmara apreciou um requerimento de Antônio Rodrigues da Silva para o “alinhamento para construção de uma casa sita na esquina da Rua Direita e da Itororó”. (Atas,3:282 e 289).
Antônio Rodrigues da Silva comprou em 28/2/1876 de Daniel de Oliveira Preto e outros todos os bens deixados pela finada Florência Maria de Oliveira, constituídos por terras no bairro do Sertãozinha. (1º of. 35:146v)
Antônio Rodrigues também teve terras nas proximidades da atual Arcadas, vizinhas à uma propriedade de Albino Alves do Amaral, pois em 19/2/1877 ambos pediram a
desapropriação de terreno para “abertura de um caminho que do bairro dos peticionários vai à estação de Coqueiros” (Atas,3:309). E em 1/6/1877 houve um requerimento de Albino Alves do Amaral e Antônio Rodrigues da Silva pedindo engenheiro para traçar estrada que ligue a Estação de Coqueiros ao bairro dos suplicantes. (Atas, 3:326)