JOSÉ DA SILVEIRA FRANCO

Suplente convocado em 14 de setembro de 1867, o Capitão José da Silveira Franco foi veterano das guerras do Sul, onde lutou de 1817 a 1823, tendo marchado contra Montevidéu, voltando no posto de tenente. Segundo Silva Leme, ele teria se casado com uma uruguaia, Maria Jacob de Castro. Participou da Revolução Liberal de 1842, quando foi acusado de planejar um ataque contra Bragança. Anistiado, foi nomeado em 1844 subdelegado de polícia e em 23/5/1845 convidou "a todos os moradores a botarem luminárias nas suas frentes no dia de hoje e o mais que quiserem, os quais deverão todos mostrar muita alegria, por ter a Imperatriz dado à luz um Príncipe". Em 1846 era aindaJuiz de Paz, cargo para o qual fora eleito em 1844 com 146 votos, e organizou uma "lista de todos os povos livres existentes nesta freguesia", com um total de quase 2.300 moradores. (EFA, 35/36, 63, 92, 110, 135, 157)
Ainda em 1863 esse velho soldado se ofereceu ao Imperador para pegar novamente em armas contra os inimigos do Império.
Em 14/9/1866 “compareceu o Capitão José da Silveira Franco a chamado da Camara para prestar juramento e tomar posse como Vereador Suplente da mesma. (Atas, 2:48v/49v)
Em 8/10/1866 um ofício do Presidente da Província
comunicava ter nomeado para terceiro suplente de Delegado a Antônio Joaquim da Cunha Pantaleão e para quarto o Tenente José da Silveira Franco, tudo nesta data prestando juramento do quarto Suplente do Delegado de Policia o mesmo Tenente. (Atas, 2:24v/25)
Em 1871 se cuidava do nivelamento “na saída da Rua Direita”, atual Rua 13 de Maio, e em 6/2/1871 cogitou-se da desapropriação de terrenos de José Silveira Franco, João Bokiler e Firmino Pires Cardoso, por compra particular, afim de dar à Rua Direita a largura de 60 palmos desde “a casa de Antônio Rodrigues da Silva até a casa do Alferes Rodrigues, última casa da mesma rua”. (Atas, 3:18)
Nesse mesmo ano, em 27/2/1871 – Tenente José da Silveira Franco era Aferidor de pesos e medidas; havia arrematado essa função pela quantia de 120$000. (Atas, 3:26). E já em 6/3/1871 um ofício do Aferidor José da Silveira Franco fixava a data marcada para aferição dos pesos e medidas nas casas comerciais. (Atas, 3:29)
Na sessão de 18/8/1873 da Câmara noticiava-se que José da Silveira Franco havia proposto uma ação possessória para se manter em um terreno vizinho ao beco de José Manuel de Miranda; isso dificultava as obras previstas e a Câmara autorizou o Procurador a sustentar demanda com José da Silveira Franco. (Atas,3:173)
José da Silveira Franco faleceu em 1875 e dele escreveu a Tribuna Amparense: "Gozou de grande fortuna e larga influência, morre pobre, mas legando à sua família um tesouro inestimavel - a imaculada tradição de um homem de bem".
Há alguns homônimos, aparentados com ele, difíceis de distinguir em alguns casos, criando certo embaraço em alguns pontos de sua biografia. Mas os dados que se seguem não oferecem dúvida alguma.
José da Silveira Franco era filho de Francisco da Silveira Franco, atibaiense, e de sua primeira mulher Ana Gertrudes de Campos. Era neto paterno do segundo capitão-mor de Atibaia, igualmente de nome Francisco da Silveira Franco e de sua mulher Maria Cardoso de Oliveira, e neto materno de Amaro Leite de Moraes, de Aiuruóca, e de Maria Leite de Araújo, conforme vem descrito na Genealogia Paulistana, de Silva Leme, 2:70. A descendência que descobrimos de José da Silveira Franco e de Maria Jacob é a seguinte:
9.1 - Albina da Silveira Franco, batizada em 1829 em Serra Negra, casada em 1844 com Manuel Fernandes Guimarães, natural do Rio de Janeiro, filho de Manuel Fernandes da Costa Guimarães e de Eufrásia Maria de Guimarães (CA-2-69v. e BSN-1:10v.)
9.2 - João da Silveira Franco, falecido solteiro; voluntário na guerra do Paraguai;
9.3 - José da Silveira Castro, também voluntário da Pátria, casado duas vezes, com geração; era conhecido também por José Leonel da Silveira Castro, amparense, e casou a primeira vez no Amparo em 1872 com Cecília Querubina Alves, de Campinas, filha de José Custódio Alves e de Ana Bárbara, já falecida. (CA-6:42)
9.4 - Amélia;
9.5 - Balduína;
9.6 - Antônio de Pádua da Silveira Franco (EFA, 44)
9.7 - Brandina da Silveira Franco, casada em 1861 com Francisco Manuel de Cerqueira César, viúvo de Maria Francisca de Godoy.