PEDRO TOMÁS DA CUNHA MARTINS

Vereador eleito com 243 votos pelo Partido Liberal, o lavrador Pedro Tomás da Cunha Martins é um personagem ainda mal conhecido na política amparense. Os dados coletados referentes a ele são bastante escassos.
Ele pertencia, evidentemente, ao clã dos Cunha Martins, parente próximo do também vereador Manuel Silvestre da Cunha Martins, sendo provável que fosse filho ou irmão deste. Também foi negociante, pois em 1862 Tomás da Cunha Martins havia obtido licença para comerciar (Atas, 1:101). Morava em 1880 em Entre Montes. (Atas, 4:34v)
Como o restante da família, deve ter vindo de Minas Gerais, mesmo porque uma de suas escravas, de nome Sofia, fora batizada em Bagagem - MG, local de garimpo no Triângulo Mineiro (CA-5:130v).
Sobre esse vereador, por enquanto, só conseguimos uma informação adicional, a de que Pedro Tomás foi testemunha do casamento de José Pires de Araújo, filho adotivo de Daniel Domingues dos Passos, com Escolástica Xavier de Camargo, em 1871 (CA-6:34)
Tudo indica porém que Pedro Tomás da Cunha Martins seja o mesmo Tomás da Cunha Martins, filho de Manuel Silvestre da Cunha Martins e de Maria do Carmo Martins.
Se assim for, é possível estabelecer algumas linhas de sua biografia.
Em 15/2/1862 Tomás da Cunha Martins recebeu licença da Câmara “para negócios” (Atas, 1:101). Em novembro de 1874,
Pedro Tomás da Cunha Martins outorgou procuração ao Dr. Francisco Antônio de Araújo “para deduzir o seu direito na causa de libelo que lhe propõe José Ferreira Zimbres de Queiroz”. (1º of., 33:26v). Nessa mesma época Tomás Martins da Cunha trocou com Manuel José da Silva e sua mulher Maria Alves da Conceição uma casa na Rua da Ponte, em Amparo, por terras que estes houveram por compra no sítio do finado Lino de Oliveira Cardoso. (1º of., 34:129v)
Em 28/10/1875 Tomas da Cunha Martins e sua mãe Maria do Carmo Martins outorgam procuração ao Dr. Araújo para ação contra Manuel Ortiz de Siqueira Freire (1º of., 35:19v). Logo depois, em dezembro de 1875, Tomás Martins da Cunha e sua mãe Maria do Carmo Martins arrendam a Fazenda Entremontes a Lourenço de Siqueira Cardoso (1º of., 35:65v)
Em 1/6/1871 Pedro Tomás da Cunha Martins serviu de testemunha contra os que faltaram na fatura da “Estrada que vai para Campinas pelo Serafimzinho”. (Atas, 3:44) Em 23/2/1888, Pedro Tomás da Cunha Martins, inspetor da estrada do bairro de Santa Cruz dos Mineiros, mandou informação incompleta sobre os faltosos na fatura do caminho. (Atas, 6:86) Em 19/7/1880 a situação se inverte: Pedro Tomás da Cunha Martins e Maria do Carmo Martins acusados de faltar à fatura da Estrada para Campinas; defenderam-se alegando que fizeram uma ponte sobre o ribeirão que passa entre a Santa Cruz e a casa da segunda suplicante em Entre Montes. (Atas, 4:34v) Em 1887 Pedro Tomás da Cunha Martins, ainda era inspetor da estrada do “bairro da Santa Cruz dos Mineiros”. (Atas, 5:197v)
A última notícia que temos dele é de 11/4/1889: Tomás da Cunha Martins vendeu a José Pereira de Toledo “um pequeno negócio na Rua Barão do Socorro”, o qual foi multado por falta de aferição de pesos e medidas. (Atas, 6:289)