JOSÉ GOMES BARBOSA

O então Capitão José Gomes Barbosa, natural de Mogi Mirim, filho de Manuel Gomes de Oliveira e Generosa Alves de Andrade, casou em 1841 com Joaquina (ou Jesuína) Francelina da Conceição, amparense, filha de Manuel Rodrigues Cintra e Maria Rosa da Conceição. (CA-2:53v). Rosa Maria da Conceição era filha Rosa Maria Félix e de João de Siqueira Cardoso, patriarcas do clã SIQUEIRA CARDOSO, de Atibaia, cujos membros migraram em massa para o Amparo em princípios do século XIX. Em 1843 era Secretário do Fiscal da Freguesia. José Gomes Barbosa foi vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857.
Da ata da Câmara de 1/7/1859 consta:– “Foi indicado pelo Vereador Capitão José Gomes Barbosa, que existia um curandeiro José Guedes Pinto de Vasconcellos curando de medicina contra o direito da Lei, sem apresentar documentos approvados, e a Camara foi de parecer unanimemente que se oficiasse ao mesmo exigindo que apresentasse documentos aprovados, e que se não ficava privado de poder exercer o emprego de medico ou Serurgião (sic)” (Atas, 1:34v)
Depois de deixar a vereança José Gomes Barbosa dedicou-se ao comércio, obtendo licença para tanto em
15/2/1862, embora se apresentasse como lavrador em outras oportunidades. (Atas, 1:101).
José Gomes Barbosa alcançou a patente de tenente-coronel da Guarda Nacional, comandante em 1873 do 7º Batalhão de Infantaria. Exerceu também o cargo de Juiz de Paz em 1854 e 1873; nesta vez obteve 115 votos. Também foi nomeado em 1862 suplente de Delegado de Polícia de Amparo (Atas, 1:114ª).
Em 7/10/1868 aparece na lista dos suplentes mais votados para Juiz de Paz – os eleitos parecem ser todos do Partido Liberal e os suplentes do Partido Conservador:- Suplentes: Antônio Rodrigues da Silva, Lavrador, 119 votos, José Gomes Barbosa, Lavrador, 117 votos, Doutor Francisco Antônio de Araújo, Lavrador, 117 votos, Antônio José Alves Cordeiro, Lavrador, 112 votos – há outros com 14 votos e menos. (Atas, 2:76/77v)
A 10/5/1873 a Câmara Municipal tomou conhecimento de ofício da Presidência da Província, comunicando ter recebido representação de José Gomes Barbosa,“em que comunica ter esta Câmara concluído a apuração dos votos para vereadores e juízes de paz e não ter dado posse até então, determinando que esta Câmara com a maior urgência dê cumprimento ao artigo 105 da Lei n. 387, de 19/8/1846. Entrando em discussão foi pelo Presidente observado à Câmara que recebendo este ofício e vendo que a matéria nele contida (ilegível) um fato julgado pela mesma Câmara em virtude da mesma Lei, razão pela qual não julgou necessário Câmara Extraordinária para tomar conhecimento do mesmo ofício e que o excelentíssimo governo de tudo está ciente pelo último ofício por esta Câmara dirigido. Assim a Câmara resolveu arquivar o mesmo ofício e mais por estar próximo o dia da posse”.(Atas, 3:148/149)
A representação de Gomes Barbosa produziu efeito, pois em 14/5/1873 se procedeu ao juramento dos juízes de paz eleitos: Capitão Eduardo Augusto da Cunha Freire, Tenente-Coronel José Lourenço Gomes, e José Gomes Barbosa. (Atas,3:150)
Em 1873 exercia o cargo de Delegado de Polícia. Ele tinha um sítio de 20 alqueires na "beira da estrada que vai para Bragança", comprado a Albino Alves de Oliveira em 1850, e uma chácara de dois alqueires, na margem do Camanducaia,"abeirando o barranco do rio velho", comprada em 1851 a Manuel Aranha de Campos. Também era dono de uma casa que, em 1860, "já se acha contratada para Casa da Câmara e Cadeia Pública". Mas também teve terras no bairro do Cascalho por volta de 1871 (Atas, 3:44). Morava em 1873 na Rua Direita, 25. Faleceu em 1875.(EFA, 137, 143, 200 – Almanak da Província de São Paulo para 1873, 416)
José Gomes Barbosa e sua mulher tiveram:-
1- Firmina Hilária de Freitas, filha de José Gomes Barbosa e Jesuína Francelina da Conceição, casou no Amparo em 1870 com Jesuíno Alves de Andrade, filho de Jacinto Alves do Amaral e de Justina de Cerqueira César. (CA-6:13v) Jesuíno Alves de Andrade era dono da "Chácara do Ribeirão, casa e pasto, no subúrbio desta cidade" (Amparo), provavelmente herdada de José Gomes Barbosa, que ele e Firmina venderam em 1885 a Ansano Bruschini. (RIA, 4-C:459)