JOÃO BATISTA DE GODOY MOREIRA

(JOÃO PEDRO DE GODOY MOREIRA)

João Batista de Godoy Moreira, suplente convocado em 1862 para integrar a câmara de Amparo, passou a partir de 4 de abril de 1866 a se chamar João Pedro de Godoy Moreira
(EFA, 71, 72, 103, 209). Nessa mesma época foi nomeado suplente de Delegado de Polícia de Amparo.(Atas, 1:114ª)
Em 27/11/1871, ao apreciar um requerimento de João Pedro de Godoy Moreira pedindo atestado sobre sua dedicação ao cargo de Inspetor da estrada para Campinas e sua atuação em outros cargos públicos, a Câmara informou que ele ocupou os cargos de Eleitor e de Delegado de Polícia “por pouco tempo e que nesse pouco tempo sofreu censura pública em referência a seus atos contrários à Lei”. (a Câmara era inteiramente liberal e fez essas restrições a João Pedro, que era conservador, num gesto de deselegância pouco comum)
(Atas,3:72/73).
Apesar da má vontade dos liberais, João Pedro foi um dos políticos mais influentes no Amparo durante o Segundo Império e começo da República, liderando com Luís de Sousa Leite e o Dr. Araújo o Partido Conservador.
O Coronel João Pedro de Godoy Moreira era filho do velho João Pedro de Godoy Moreira e de sua segunda mulher Ana Franco da Cunha, natural de Atibaia, filha de Pantaleão Pedroso da Cunha e de Maria Josefa de Almeida (SL, 1:360 - CM-1:99), neto paterno de José Ortiz de Camargo e de Gertrudes Maria de Godoy, e neto materno de Pantaleão Pedroso da Cunha e de Maria Josefa de Almeida. Foi casado com Francisca Eugênia Alves Cordeiro, filha do major Antônio José Alves Cordeiro e de sua primeira mulher Francisca Eugênia Pinto Ferraz.
O Coronel João Pedro foi o fundador da cidade de Pedreira e, como seu pai, teve grande participação na vida política de Amparo, envolvendo-se inclusive no conflito entre conservadores e liberais na Igreja do Rosário, durante uma eleição em fevereiro de 1869. Em 1892 ainda capitão foi nomeado membro do Conselho de Intendência de Amparo. Em 1893 pediu exoneração do cargo de vereador em razão de seu estado de saúde.
Também teve razoável fortuna e foi empresário ativo e empreendedor. Em 12/10/1875 comprou terras no sítio Coqueiros, de Joaquim Gonçalves de Oliveira, João Francisco Teixeira e sua mulher Maria de Oliveira, e de José Joaquim de Oliveira e sua mulher Maria Gertrudes da Anunciação, havidas por herança de seu pai e sogro José Gonçalves da Rocha e sua mulher Liberata Cardoso. (1º of., 35:59/61v) - Em janeiro de 1876 comprou de Antônio José Martins e sua mulher Carolina Maria de Oliveira terras “no sítio de João Francisco Teixeira”, em Coqueiros, havidas por herança de sua sogra e mãe Maria Gertrudes de Oliveira. (1º of., 35:82) Em 13/;2/1876 D. Ana Franco da Cunha outorgou procuração a seu filho João Pedro de Godoy Moreira para comprar escravos em seu nome. (1ºof., 35:126)
Em 3/9/1877, quando da construção do Monumento da Independência do Brasil no Ipiranga, seu nome foi incluído nas comissões nomeadas para angariar donativos nos bairros do Cascalho e Jaguari. (Atas, 3:336)
Em 9/2/1888, João Pedro de Godoy Moreira, encarregado da “comissão de trabalho da construção de uma Igreja e Cemitério no bairro de Pedreira”, requereu informação da Câmara para instruir pedido de elevação do bairro a freguesia, conforme representação publicada no Correio Paulistano em 8/2/1888. (Atas, 6:74) Em 8/3/1888 novo requerimento de João Pedro de Godoy Moreira acompanhado de representação do povo do bairro de Pedreira à Assembléia Provincial, pedindo a elevação a freguesia. A Câmara ainda não havia fornecido as informações pedidas. (Atas, 6:92) –
Em 20/9/1890 João Pedro de Godoy Moreira foi nomeado membro da comissão de fazendeiros para estudar a criação de um imposto para conservação de estradas. (Atas, 7:104)
Em 9/9/1889, tendo a Câmara retido o pedido de elevação de Pedreira a freguesia durante 19 meses, João Pedro de Godoy Moreira exigiu solução imediata. (Atas, 6:395). Acabou atendido e Pedreira tornou-se não apenas freguesia, mas município autônomo...
Em 1891 promoveu a organização da Companhia Industrial e Agrícola Amparo e Bragança. Faleceu sem geração.