INÁCIO JOSÉ BUENO

O vereador Inácio José Bueno, eleito em 1860 para o quatriênio 1861/1865, era lavrador, possuindo em 1856 terras no bairro da Areia Branca, beirando o rio Jaguari, que havia comprado a João Evangelista de Matos por escritura pública lavrada em Campinas. (RPT, 58/59)
Existiu um “Estrada de Inácio Bueno”, rodovia vicinal referida na divisão dos distritos em 1872. Era uma estrada secundária que começava na “ponte do Dr. Pupo”, sobre o rio Jaguari, e desembocava na “estrada do Serafim”, que ia de Amparo a Campinas. Esse caminho provavelmente foi construído por ele.
Nesse mesmo ano de 1861 era suplente de Juiz Municipal (EFA,13). Era político filiado à corrente do Partido Liberal, tendo participado do famoso conflito com os conservadores, ocorrido na Igreja do Rosário na apuração das eleições de 1869. (EFA, 34)
Em 24/12/1862 foi nomeado suplente de Juiz Municipal. (Atas, 1:122v/123). Essa nomeação foi repetida em 1866. (Atas, 2:24v/25).
Durante a Guerra do Paraguai foi nomeado, em 26/11/1866, para uma das Comissões de Recrutamento no município de Amparo, no Bairro dos Mineiros, junto com o Doutor Francisco Antonio de Araújo. (Atas, 2:28v/29)
Em 8/10/1866 uma Circular do Presidente da Província comunicava à Câmara ter nomeado para Suplentes do Juiz Municipal os Senhores, primeiro suplente o Alferes Antonio Pires de Godoy Jorge, segundo João de Souza Campos, terceiro José Manuel de Miranda, quarto Inácio José Bueno, quinto Antônio Rodrigues da Silva, e sexto Francisco Rodrigues Borges.
Era dono de vasta escravaria, pois só em 1858 oito de
seus escravos se casaram no Amparo: Clemente, de Campinas, com Catarina, de Sergipe, Serafino, africano, com Rita, Felizardo, africano batizado em Brotas, com Esperança, Domingos, do Rio de Janeiro, com Josefa, africana batizada em Santos, e João, africano batizado em Campinas, com Joaquina.
Há indícios de que fosse originário de Campinas, pois além da escritura citada acima ter sido lavrada naquela cidade, foi testemunha do casamento de José de Oliveira Bueno Prado, morador em Amparo, natural de Campinas, filho de Francisco José de Oliveira (+) e Joaquina Cândida Bueno com Gertrudes do Carmo Martins, natural de Campinas filha de Manuel Silvestre da Cunha (+) e Maria do Carmo Martins (CA-5:109v). Esse matrimônio foi celebrado em 2/3/1867. Nenhum dado sobre sua família foi obtido, excepto um assento de 1874 que menciona Aureliano Alves Bueno, menor, e Alípia da Conceição, menor, filhos do “finado Inácio José Bueno” (RIA-IP, 8:3v).