AO LEITOR

Amparo é uma hoje uma cidade de médio porte e de escassa influência política. Mas nem sempre foi assim; no período que mediou entre 1870 e 1930 a cidade foi uma das mais prósperas do país e teve participação importante, às vezes até decisiva, na vida política do país. O café e a intensa atividade política da elite local deram a ela uma posição privilegiada nas últimas décadas do século XIX, junto com Campinas e Itu.
Amparo foi um dos ninhos onde foram geradas a Abolição e a República. Dois presidentes do Estado aqui residiram e meia dúzia de deputados aqui nasceram ou viveram.
A crise de 1929, que arruinou economicamente os cafeicultores, e a revolução de 1930, que destruiu seu poder político, levaram Amparo a uma posição muito mais modesta no cenário do Estado de São Paulo.
Apesar disso, a vocação política de seu povo e até sua localização geográfica próxima à capital, de vez em quando a trazem de volta ao primeiro plano dos acontecimentos. Foi um grupo de amparenses, liderado por Antônio Andreta e Adib Feres Sad, que lançou a candidatura de Jânio Quadros ao governo do Estado. Ao lado disso, as fazendas do governador Carvalho Pinto e do deputado Herbert Levy foram palco de dezenas de reuniões políticas na década de 1950, trazendo ao Amparo figuras como o governador Carlos Lacerda, o Brigadeiro Eduardo Gomes, o Ministro Prado Kelly e inúmeros outros líderes nacionais.
E convém lembrar que descendem de amparenses dois prefeitos da cidade São Paulo: Francisco Prestes Maia, este nascido aqui, e Wladimir de Toledo Piza, serrano, mas neto de amparense.
Por isso, a idéia deste trabalho é descrever a vida política do município, centrando-a na sua Câmara Municipal, sem esquecer os demais ambientes que influíram na sua evolução.
Este primeiro esboço abrange apenas o período do Império, mas se Deus nos der vida e saúde, pretendemos elaborar outros dois: um sobre a República Velha, abrangendo de 1889 a 1930, e outro que se estenderá até nossos dias. Dificuldades no acesso à documentação em poder da Secretaria Municipal de Cultura limitaram até agora o alcance deste trabalho. Esperamos que as coisas melhorem...

ANOTAÇÕES PARA A HISTORIA POLÍTICA DO AMPARO

ANOTAÇÕES
PARA A HISTORIA POLÍTICA DO AMPARO

PERÍODO IMPERIAL

PERÍODO IMPERIAL

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

I – Onças e Índios.

A cidade do Amparo nasceu de uma pequena povoação iniciada em época indefinida, mas seguramente anterior a 1770, na margem do Camanducaia, à beira de um caminho que ligava a Estrada do Pau Cerne e o Vale do Paraíba ao “Caminhos dos Goiazes”, passando por Atibaia. Havia milênios que a região era habitada por onças e índios e nem mesmo os bandeirantes paulistas se estabeleceram nela; o relevo montanhoso e a floresta densa desestimulavam a colonização.
A região passou a ser mais freqüentada no século XVIII. Uma forte e ainda mal estudada migração foi provocada pela construção do “Caminho Novo”, aberto por Garcia Rodrigues Paes, que ligou Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Esse novo acesso ao mar deixou o Vale do Paraíba fora da rota dos mineradores e comerciantes que abasteciam Minas Gerais. Empobrecidos com a perda da freguesia, os valparaibanos se deslocaram em busca de novos eldorados, a partir das primeiras décadas do século XVIII.
A Estrada do Pau Cerne, que ligava Jacareí a Jundiaí, onde se iniciava a rota para Goiás, foi a saída natural para esses migrantes. Entretanto, em Atibaia, um antigo caminho, provavelmente um “peabiru” indígena, encurtava o trajeto, levando diretamente a Mogi do Campo, hoje Mogi-Guaçu, bem adiante no rumo de Goiás. Esse caminho passava pelas montanhas da Mantiqueira e atravessava o Camanducaia exatamente onde hoje está situada a Praça Jorge Pires de Godoy.
Ao longo dessa via foram se instalando moradores esparsos, mas já em 1768 o Morgado de Mateus, governador da Capitania de São Paulo, se queixava ao governo português de que nela havia lugares, como o “Retiro do Camanducaia”, onde o nome e a própria existência do rei eram desconhecidos do povo.
Porém, uma boa parte dos migrantes que deixaram o Vale do Paraíba não chegou a Goiás; estabeleceu-se em dois lugarejos ao longo do caminho das minas, dando origem às atuais cidades de Mogi-Guaçu e Mogi-Mirim.
Ao mesmo tempo, uma estrada entre São Paulo e Ouro Preto fora construída, passando por Bragança, então chamada de Jaguari, gerando um rápido povoamento de suas margens. Terras férteis, embora montanhosas, criaram em Bragança uma nova fronteira agrícola, passou a se mover para o norte, invadindo o território onde mais tarde se situou o município de Amparo.
Os mogianos, por sua vez, se deslocavam para sudeste, colonizando a Ressaca, hoje Santo Antônio da Posse, e alcançando os nossos atuais bairros de Pantaleão, Brumado e Duas Pontes. Neste último já penetrava também um bragantino, Felipe Pires de Ávila, que se estabelecera no Cascalho, bairro que deu origem a Pedreira.
Já na virada do século XVIII para o XIX os bragantinos se instalaram em grande número na Vargem Grande e no vale do Camanducaia, a montante dos Feixos, bloqueando pacificamente o avanço dos mogianos.

II – Uma Capela

Assim, logo que se formou um núcleo populacional mais denso, provavelmente nos primeiros anos do século XIX, uma capela foi erigida às margens do Camanducaia e um pequeno vilarejo se formou. Uma inundação, por volta de 1815, obrigou a mudança da capela para a encosta, em terreno doado por João Bueno da Cunha, onde hoje se ergue a majestosa Catedral de Nossa Senhora do Amparo.
A esta altura é preciso que ressaltar que os proprietários bragantinos, que se instalaram na Vargem Grande e ao longo do Camanducaia, pertenciam à elite política da vila de Bragança, quase todos tendo ocupado cargos de vereador ou de juiz ordinário.
Ao mesmo tempo, sesmarias concedidas ao norte do Camanducaia, a Pedro Nunes e Silveira Franco, e a ocupação por posseiros (vários lugares no município tem o nome de “posse”), completaram o desbravamento da região. Isso atraiu levas de migrantes vindas de Bragança, Atibaia e Nazaré, aumentando rapidamente a densidade demográfica.
Em 1829 já havia uma população de três mil almas, espalhadas pelos sítios e fazendas dos vales do Camanducaia e do Jaguari. Alguns latifundiários e titulares de sesmarias já se destacavam pelo prestígio que a extensão de suas propriedades lhes dava: Felipe Pires de Ávila, na margem do Jaguari, onde seus descendentes fundaram Pedreira, Francisco da Silveira Franco e o ajudante Pedro Nunes, com sesmarias ao norte do Camanducaia, Francisco Xavier dos Passos e seus familiares, donos de vastas áreas a oeste da capela primitiva, que se estendiam até Duas Pontes, e Pantaleão Pedroso da Cunha, que deu nome ao bairro.
Em 1829 um ativo sacerdote, o Padre Roque de Sousa Freire, pertencente a uma família rica do Vale do Paraíba, se entusiasmou com nascente povoação e comandou um movimento pela ereção de uma capela curada no lugar (as capelas curadas eram sedes de distrito, o que daria a Amparo sua primeira estrutura administrativa). A 8 de abril desse ano foi expedida a competente provisão do Bispado e o Padre Roque foi nomeado primeiro cura da Capela de Nossa Senhora do Amparo.

III – Uma Capela Curada

O distrito das capelas curadas se denominava “Aplicação” e era essencialmente uma divisão eclesiástica.
Entretanto, já importava em importantes conseqüências administrativas: o aglomerado urbano deveria obedecer aos códigos de posturas do município (no nosso caso, Bragança) e eram nomeadas os primeiros funcionários públicos, um fiscal e seu escrivão, além de um arruador.
Não havia atividade política formal, pois esta se desenrolava em Bragança, sede do município, mas certamente havia eleitores que votavam nas eleições municipais, tanto que Felipe Pires de Ávila foi eleito vereador em Bragança.
Alguns indícios mostram, porém, que as divisões ideológicas já se manifestavam. O verso da primeira folha do precioso livro de arruamentos, já em frangalhos na época em que a consultei e hoje desaparecida, registra uma multa aplicada a Francisco da Silveira Franco e Francisco Xavier dos Passos, patriarcas da cidade e conhecidos liberais, por dispararem tiros em comemoração a uma festa em 1830. Só podemos atribuir esse rigor do fiscal a uma provável discórdia política...
Mas em 1832 já encontramos notícia de um Antônio de Oliveira Matozinho, delegado em Amparo da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional. Essa agremiação representava a corrente dos liberais moderados, da qual um dos chefes era o Padre Diogo Antônio Feijó, ministro da Justiça e depois regente do Império.
Em 1839 nova alteração no “status” do lugarejo: a Capela Curada torna-se Freguesia. Isso importa na criação de um Juizado de Paz, com dois juízes eleitos pela população local. Ora, eleições significam vencedores e vencidos, candidatos eleitos e candidatos derrotados... Nada melhor para acender disputas locais e criar facções políticas.
Ao que parece, é nessa época que se cria também o cargo de Delegado de Polícia, de nomeação do governo da província. Num lugarejo onde décadas antes sequer se sabia da existência do Rei, a presença de uma autoridade policial deve ter sido recebida com profunda desconfiança e gerado temores dos eventuais oposicionistas. Pior ainda, logo depois os liberais são afastados do poder e o cargo de delegado passou a ser ocupado pelo conservador Capitão Salvador de Godoy Moreira, homem rigoroso e autoritário.
As conseqüências disso logo se fariam perigosas.

IV – A Revolução dos Cintras

Os liberais apeados do poder na província não se conformaram com a nomeação do Marquês de Monte Alegre para o governo de São Paulo. O mais exaltado era exatamente o Padre Diogo Antônio Feijó, que combatera com mão de ferro as revoluções e motins que se seguiram à queda do Imperador D. Pedro I. Aliado a Feijó estava o prestigioso chefe liberal de Sorocaba, Rafael Tobias de Aguiar, que se casara com a antiga favorita do Imperador, a Marquesa de Santos.
A conspiração liberal começou já com a intenção de derrubar o presidente da província pelas armas. A 17 de maio de 1842 a revolta pipocou no Vale do Paraíba, em Sorocaba, Campinas e outros lugares.
Em Amparo, nessa época, as famílias Silveira Franco e Cintra lideravam o Partido Liberal, enquanto os conservadores se agrupavam em torno do Capitão Salvador de Godoy Moreira. O Padre Feijó tinha muita esperança nos liberais amparenses, chegando a escrever artigos ameaçando o comandante das tropas imperiais, o então Barão de Caxias, com o avanço de uma coluna de Amparo contra São Paulo.
José Manuel Cintra, o Major José Jacinto de Araújo Cintra e outros seus parentes, os Silveira Franco e parentes e mais agregados e partidários se reuniram na fazenda de Joaquim Cintra da Silveira (mais tarde Barão Cintra), no dia 5 de junho. Seu objetivo era atacar o Amparo e depois tomar Bragança e Atibaia, para se reunir com as tropas de Rafael Tobias de Aguiar e enfrentar os legalistas do Barão de Caxias. Entretanto, uma tropa vinda de Mogi-Mirim, certamente arregimentada pelo Padre Ramalho, chefe conservador daquela vila, atacou a fazenda e dispersou os liberais. Parte deles se escondeu nas matas, mas um grupo de 40 cavaleiros, sob comando de José Manuel Cintra. atravessou Amparo de madrugada, dirigindo-se para Atibaia, onde todos se refugiaram.
O delegado Godoy Moreira não perdeu tempo e instalou um inquérito, ao mesmo tempo em que efetuava algumas prisões de liberais. A Revolução Liberal foi derrotada, Feijó preso, Rafael Tobias fugiu para o Sul, mas uma anistia acabou por pacificar os ânimos.
O episódio, denominado em alguns documentos da época de “Revolução dos Cintras”, marcou o primeiro choque político em terras amparenses e definiu a divisão entre liberais e conservadores: Silveiras e Cintras de um lado, de outro, os Godoys Moreira e Cordeiros. Entre os dois grupos havia relações de parentesco, pelo que a disputa se amenizava um pouco.
Enquanto isso, um novo fator estava surgindo na região: uma intensa migração de lavradores campineiros, de médio e grande poder econômico, estava ocorrendo desde o início da década de 1840; vinham atraídos pelo baixo preço das terras e pela suas vantagens no cultivo do café. Durante os noventa anos seguintes esse fato iria influir decisivamente na política amparense. Campineiros e seus descendentes dominariam a política local a maior parte do tempo até 1930.
De qualquer forma, o palco estava armado para uma longa rivalidade eleitoral, tão logo se alcançasse a autonomia municipal.

V – Vila, enfim...

A 14 de março de 1857 foi aprovado o projeto n. 14, do deputado Dr. Joaquim Pinto Porto, elevando a Freguesia de Amparo à categoria de vila; estava criado o nosso município. O Dr. Pinto Porto fora juiz de direito em Bragança, mas era gaúcho de Candelária-RS, formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. É provável que advogados de Amparo tenham mantido entendimentos com esse parlamentar, convencendo-o a apresentar o projeto.
A Câmara Municipal de Amparo, porém, só foi instalada em novembro desse ano. Seu primeiro presidente foi o Dr. Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda, santista, advogado e fazendeiro em Amparo, sendo lícito crer que ele foi um dos que participaram dos entendimentos para a criação do município.
Conservadores e liberais dividiram os cargos de vereador da primeira legislatura. Não conseguimos ter acesso aos dados dessa eleição, mas acreditamos que tenha havido uma chapa única comum aos dois partidos, pois vivia-se no plano nacional a “grande conciliação” do Marquês de Paranaguá.
Entretanto, a paz política, como se verá à frente, pouco durou. Daí por diante valeria mais quem tivesse votos...
E as coisas se complicaram a partir da década de 1870, quando um novo partido, o Republicano, passou a concorrer nas eleições.

VI - As Câmaras Municipais

As Câmaras Municipais são uma instituição ibérica que remonta a épocas anteriores à fundação do Reino de Portugal, ou seja, já existiam antes de 1140. Sua função era administrar os municípios e distribuir justiça nas pequenas causas.
Trinta anos depois da descoberta do Brasil aqui se instalou a primeira câmara em São Vicente. Logo, em cada capitania passou a haver pelo menos uma câmara; nos séculos seguintes elas se multiplicaram e chegaram a muitas dezenas (ou, talvez, a algumas poucas centenas). Eram compostas em geral por dois juízes ordinários, dois vereadores e um procurador, este encarregado de executar as deliberações da câmara. Eram eleitos trienalmente pelos “homens bons”, cidadãos que, sem título de nobreza, detinham prestígio e algum poder econômico na comunidade. A presidência das sessões cabia ao juiz mais velho.
Algumas câmaras tiveram papel importante na História do Brasil, como a de São Paulo, que fazia a guerra aos índios e aos castelhanos, sem respeitar as ordens do rei, e as de Salvador e do Rio de Janeiro, capitais da colônia.
A Independência resultou numa perda de poder pelas
câmaras, sendo-lhes retirada a atribuição jurisdicional, que passou para os juízes de paz, bem como a autonomia legislativa, que ficou subordinada às assembléias provinciais. Os procuradores passaram a ser empregados da câmara, nomeados por estas.
Mas foram mantidas a eleição popular para a vereança e as atribuições administrativas. O número de vereadores variava entre sete, para as vilas, e nove, para as cidades. Os votantes passavam por um processo de “qualificação” prévia, para verificar se tinham a renda mínima exigida por lei e se não estavam incursos nalguma incompatibilidade legal. A presidência da câmara era ocupada pelo vereador mais votado, mas a partir de 1883 passou a haver eleição para o cargo.
A proclamação da República importou na dissolução das câmaras e na sua substituição por “conselhos de intendentes”, mas a inovação pouco durou e as câmaras foram restabelecidas ainda no século XIX.
A despeito da criação do cargo de prefeito, que retirou das câmaras as atribuições administrativas, foram elas sempre o palco em que se desenvolveu a política municipal. No Amparo não foi diferente...
Não se pense que os velhos políticos do século XIX não deixaram descendentes com essa vocação. Basta lembrar que Rogério Cataneses, presidente da câmara em 2011, descende do Capitão Salvador de Godoy Moreira, que o Prefeito Raul Fagundes era neto do vereador Antônio de Godoy Moreira, que o Prefeito João Cintra e os vereadores Raul Cintra e José Fernando Cintra descendem dos revolucionários de 1842 e que Carlos de Campos, filho de Bernardino de Campos, foi governador de São Paulo já no século XX.
Há que se ressaltar finalmente que, apesar de ferozes disputas eleitorais e do acirramento de ânimos em vários períodos de sua história, a política amparense não registra
nenhum homicídio ou sequer tentativa que macule sua reputação. Pelo contrário, geralmente, as várias facções conseguiram conviver de modo civilizado e os ódios e paixões acabam sepultados pelo tempo.

NOSSOS PRIMEIROS VEREADORES

NOSSOS PRIMEIROS VEREADORES
PRIMEIRA LEGISLATURA - 1857/1861

Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda.
Manuel Fernandes Palhares de Andrade Antonio José Alves Cordeiro
Antonio de Godoy Moreira
José Gomes Barbosa
Antonio Rodrigues da Silva Francisco Dias Aranha.

Nossa primeira câmara municipal, com mandato de 1857 a 1861, era composta de vereadores eleitos pela população da vila de Amparo num período de tranquilidade política nacional. Vivia-se a grande conciliação defendida pelo Marquês de Paranaguá, Honório Hermeto Carneiro Leão, que juntou conservadores e liberais no governo do Império.
A Câmara Municipal da Vila do Amparo foi instalada em 14 de novembro de 1857, realizando-se a sessão na casa do suplente de vereador Antônio José de Oliveira, por não haver prédio destinado a ser sua sede. (EFA, 135, 180 e 187, 196, e 198). Ainda nessa legislatura foi adquirida uma casa para servir de “cadeia e casa da câmara”.
A câmara eleita em 1857 apresenta algumas peculiaridades interessantes. Não só era composta quase integralmente por fazendeiros, como era habitual na época, mas era dividida em dois segmentos distintos, um representando os clãs locais, outro composto de cidadãos originários de Campinas, ou a ela ligados.
O clã Godoy Moreira, de Pedreira e a poderosa família Pedroso da Cunha estavam presentes com Antônio de Godoy Moreira e Antônio José Alves Cordeiro (embora este também fosse um adventício, vindo de Campinas); e o grupo Xavier dos Passos/Siqueira Cardoso, era representado por José Gomes Barbosa, enquanto a família Silveira Franco era ligada por casamentos também a Alves Cordeiro.
Já o grupo estranho à terra contava com Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda, de Santos, Francisco Dias Aranha, Antônio Rodrigues da Silva (casado com campineira), e Palhares de Andrade, que eram gente de Campinas.
Conservadores com certeza eram Godoy Moreira e Alves Cordeiro; liberais, Palhares de Andrade e Dias Aranha. Os outros ainda precisam de maiores pesquisas para identificar sua cor política, mas é provável que Gomes Barbosa e Moura Lacerda fossem liberais.
Em outubro de 1858 a Câmara sofreu uma grave perda, com a renúncia do seu Presidente Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda, que, premido por dificuldades financeiras, mudou-se do município. Esse fato traumatizou a câmara porque Moura Lacerda, além de muito estimado, era o único com formação universitária e com experiência parlamentar, pois fora vereador em Campinas.
A Presidência foi assumida então pelo vereador Manuel Fernandes Palhares de Andrade, que se manteve até o final da legislatura. Outro vereador, Francisco Dias Aranha, também faleceu no exercício do mandato, sendo substituído por um suplente.
Foi um período de paz política também em Amparo. As atas da câmara não mostram grandes divergências. Afinal, todos eram fazendeiros, donos de escravos e estavam interessados no progresso da jovem vila. Longe iam os dias agitados da Revolução Liberal de 1842, quando os Silveira Franco e os Cintra ameaçavam tomar o Amparo, defendido pelos Godoy Moreira, e avançar sobre São Paulo, para tentar derrotar Caxias.
Os problemas mais frequentes eram os formigueiros, que ameaçavam a segurança das construções e devastavam as hortas dos quintais, os cães vadios soltos pelas ruas, e a conservação das estradas municipais. Havia também os assuntos burocráticos de rotina: a nomeação e demissão de funcionários, a concessão de licença para comerciantes, a aferição de pesos e medidas, a cobrança de impostos, compra de móveis e ferramentas, o julgamento de multas, etc.
Alguns problemas maiores tiveram que ser enfrentados: a Câmara foi obrigada a se socorrer de particulares para adquirir um prédio para sediá-la, condição imposta por lei para que fosse desligada do Termo de Bragança. Uma casa foi adquirida no antigo rocio da vila, hoje Praça Jorge Pires de Godoy, que ainda guarda por isso o nome popular de “Largo da Cadeia Velha”.
Outra grande realização foi a abertura de uma estrada que ligasse Amparo a Belém de Jundiaí, hoje Itatiba, abrangendo inclusive a construção de uma ponte sobre o Rio Jaguari. A câmara acabou por comprar a ponte e a estrada particular de Manuel Alves Cardoso. Outras pontes nas estradas para Campinas e para Serra Negra foram construídas ou reparadas.
Funcionários eram poucos: além do procurador, havia o fiscal, o secretário, o arruador, o escrivão deste, o aferidor e mais alguns trabalhadores avulsos. As obras eram feitas por empreiteiros, mediante licitação (“concurso” na linguagem da época).
Atritos e incidentes foram poucos. A Câmara teve que resolver uma pendência entre os professores públicos José Lourenço Gomes e Antônio Bernardes da Silva, que se acusavam reciprocamente de incompetentes. E houve alguns arrufos com o Vigário e com o Vereador Martins.
Assim, a paz reinou na década de 1850, mesmo porque o café já pagava as contas...

TRAÇOS BIOGRÁFICOS DOS VEREADORES

TRAÇOS BIOGRÁFICOS DOS VEREADORES

JOAQUIM MARIANO GALVÃO DE MOURA LACERDA

A família Galvão de Moura Lacerda teve origem em Santos com o capitão de infantaria daquela praça José Galvão de Moura e Lacerda, moço fidalgo, natural de Lisboa, filho de Leandro Galvão de Oliveira e Araújo, de Leiria, e de Catarina Josefa de Moura Feyo, de Lisboa. Foi casado com Maria Leme de Araújo, filha de Timóteo Corrêa de Góes, provedor da alfândega de Santos, e de Maria Leme das Neves. Tiveram (SL, 7:194;201):
1 - José Pedro Galvão de Moura e Lacerda, nascido em Santos em 1746, foi militar de brilhante carreira, chegando a brigadeiro. Casou em 1771 com Gertrudes Teresa de Oliveira Montes, filha do tenente José Rodrigues Pereira e de Ana de Oliveira Montes, e foram pais de:
1.1 - Marechal de Campo Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda, fidalgo da casa imperial, casado com Joana Emília Veloso de Oliveira, filha do Desembargador Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira e de Teresa Emília. Tiveram desse consórcio:
1.1.1 - Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda, bacharel em direito pela faculdade de São Paulo, turma de 1843-1847, foi fazendeiro, vereador e primeiro presidente da câmara municipal de Amparo, a partir de 1857. (Livro de Atas de Bragança, 1855 a 1860, fls 78). Nesse ano exercia as funções de Juiz de Paz. Advogou no Amparo e foi um dos pioneiros da contratação de imigrantes, tendo organizado a Colônia São Joaquim. Havia sido vereador em Campinas, empossado em 7 de janeiro de 1853 (Jolumá Brito, História da Cidade de Campinas, 17:157).
Não completou o mandato de vereador em Amparo, afastando-se em outubro de 1858 em razão de problemas particulares (teria passado por graves dificuldades financeiras, tendo que ceder seus bens aos credores). Joaquim Mariano mudou-se para a Capital e depois para Campinas, mas mais tarde retornou a Amparo e aqui advogava já em 1878.(atas, 3:350 e 4:25 e 27 – Almanak de 1873, 338). Havia mesmo fixado novamente residência em Amparo, tanto que em 15/3/1880 o Dr. Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda pediu o “alívio de multa por não capinar a frente da casa onde reside” – o Fiscal informou que o aviso dessa obrigação “foi publicado pelo Porteiro da Câmara por edital, por três vezes em dias santificados na porta da Matriz e afixado no lugar de costume”. (Atas, 4:27)
Em 28/5/1877, a Câmara Municipal ao “tratar-se dos preparativos para recepção dos distintos hóspedes Imperiais nesta cidade por todo o mês de Junho”, decidiu entrar em “combinação com os cidadãos Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra, Comendador Zeferino da Costa Guimarães, Dr. Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda”. (Atas,3:323)
O Dr. Galvão de Moura Lacerda foi casado com Maria do Céu de Carvalho, de quem teve:
1.1.1.1 - Joana Isabel Urioste, casada com o Dr. Bráulio Timóteo Urioste, advogado em Bragança; com geração.
1.1.1.2 - Brígida Galvão de Moura Lacerda, professora pública em Sorocaba, casada com Antônio Vieira Branco; sem geração. Em 1880 ela morava já há três anos em Amparo e precisava de um “atestado de estrita moralidade”, para se matricular na Escola Normal. (Atas, 4:36)
1.1.1.3 - Francisca de Paula Galvão de Moura Lacerda, casada com Joaquim de Azevedo, bancário em Santos;
1.1.1.4 - Joaquim Mariano Galvão, casado com Inês Las Casas, natural de Campinas; com geração.
1.1.1.5 - José Pedro Galvão de Moura Lacerda, professor normalista, casado; sem geração.
1.1.1.6 - Antônio Mariano Galvão de Moura Lacerda, professor normalista, casado com Maria do Carmo; com geração.
1.1.1.7 - João Batista Galvão de Moura Lacerda, casado com Brasiliza Abelardo de Brito; com geração.
1.1.1.8 - Luís Galvão de Moura Lacerda, professor público, casado com Maria do Carmo Las Casas.
1.1.1.9 - Benedito Galvão de Moura Lacerda, solteiro.
1.1.1.10 - Ana Galvão de Moura Lacerda, casada com seu primo Ernesto Galvão de Moura Lacerda.
1.1.1.11 - Carolina Galvão de Moura Lacerda, casada com José Ortiz.
1.1.1.12 - Maria da Glória Galvão de Moura Lacerda, solteira.
1.1.1.13 - Francisco Xavier Galvão de Moura Lacerda, casado com Isaura da Silva Teles Rudge.
1.1.1.14 - Maria do Carmo Galvão de Moura Lacerda, casada com Luís Las-Casas dos Santos Sousa.
1.1.2 - Júlio Mariano Galvão de Moura Lacerda, casado com Carolina Botelho de Carvalho, com geração.

MANUEL FERNANDES PALHARES DE ANDRADE

O fazendeiro Manuel Fernandes Palhares de Andrade (mencionado por Silva Leme, 9:85 nota), possuía terras no bairro da Cruz Coberta em 1856 (RPT,319), terras essas que ainda hoje são conhecidas pelo nome de "bairro do Palhares". Ainda segundo Silva Leme, 4:91 nota, Manuel Fernandes Palhares teria participado do célebre combate de "Venda Grande", nos arredores de Campinas, onde Caxias derrotou os rebeldes liberais em 1842. Também teria participado desse combate, ao lado dos liberais, Manuel Silvestre da Cunha Martins, de família amparense.
Nessa época Manuel Fernandes Palhares de Andrade residia certamente em Campinas, pois lá era vereador eleito em 1846. (Jolumá Brito, História da Cidade de Campinas, 17:142)
Manuel Fernandes Palhares de Andrade foi vereador na primeira legislatura da Câmara Municipal de Amparo, de 1857 a 1861. Assumiu a Presidência da Câmara em 1858 e nela se manteve até o final do mandato, em razão da renúncia do Dr. Galvão de Moura Lacerda.
Em 1869 foi eleito Juiz de Paz, com 246 votos (Atas, 2:76/77v). Em 1872 Palhares reclamou contra a posse do Dr. Francisco Antônio de Araújo no cargo de Juiz de Paz, que cabia a ele Palhares, por ser o 4º Juiz de Paz e lhe caber suceder ao finado Luís Pinto de Sousa Aranha. (Atas,3:87)
Em 1873 ocorreu “embargo à calçada da casa de Manuel Fernandes Palhares de Andrade, por estar fora do alinhamento”. (Atas,3:178)
Manuel Fernandes Palhares de Andrade foi um dos maçons que outorgaram procuração em 4/3/1875 ao Conselheiro Joaquim Saldanha Marinho para protestar contra a bula papal que excomungava os maçons. Apesar disso, Palhares de Andrade não consta entre os fundadores da Loja Maçônica Trabalho.
Segundo Silva Leme, Manuel Palhares de Andrade foi casado em São Paulo com Teresa Maria de Jesus Pupo, de Iguape, filha do Sargento-mor Bento Pupo de Moraes e de Joaquina Maria de Mendonça. Manuel e Teresa Maria tiveram:
1 - José Palhares, casado
2 - Manuel Palhares, casado com Constança Valeriana Soares.
3 - N......, falecida menor.
Presumimos que Manuel Fernandes Palhares de Andrade tenha sido filho do Tenente José Palhares de Andrade, já falecido em 1845, mas ainda vivo em 1837, quando testemunhou um casamento em Serra Negra, e em 1838, quando batizou a filha Claura; foi casado com Joaquina Ortiz Palhares, de quem teve as filhas:
1 - Maria Francisca Palhares, casada em 1845 no Amparo com Manuel de Andrade Vilares, natural da cidade do Porto, filho de Manuel Antônio de Andrade Vilares e de Maria Cândida de Jesus; teve:
1.1 - Carolina de Andrade Vilares, natural de Santana, província de São Paulo, casada em 1865 no Amparo com José Francisco de Sales Rosa, natural de Bragança, filho de Manuel Franco e Gertrudes Maria;
2 - Manuela Francisca Palhares, casada em 1846 no Amparo com Francisco Antônio Ribeiro, natural de Guimarães, Arcebispado de Braga, Portugal, filho de Francisco Ribeiro Guimarães e de Maria Joaquina de Jesus;
3 - Claura, batizada no Amparo em 1838;
4 - Gertrudes Miquelina Palhares de Andrade, casou em 1851 com José Antônio Rodrigues, portuguës, filho de Manuel José Rodrigues e de Ana de Cerqueira.
5 - Claudina Joaquina Palhares, casada no Amparo em 1852 com José Borges de Almeida, filho de Antonio Borges de Almeida e de Rita Gonçalves dos Reis.

ANTÔNIO RODRIGUES DA SILVA

Antônio Rodrigues da Silva foi vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857. (Atas da Câmara de Amparo, 1). Voltou à câmara em 1861 como suplente juramentado para substituir eventualmente vereadores faltosos..
Ocupou outros cargos públicos. Em 24/12/1862 e 8/10/1866 foi nomeado suplente de Juiz Municipal e de Órfãos. (Atas, 1:122v/123 e 2:24v/25). Em 7/10/1868 foi declarado suplente de Juiz de Paz, mas com a expressiva votação de 119 votos. Nessa ocasião foi qualificado como lavrador. (Atas, 2:76/77v). Em 26/12/1870 foi novamente nomeado suplente de Juiz Municipal. (Atas,3:4)
Em 1/8/1871, com o falecimento de Luís Pinto de Sousa Aranha, 2º Juiz de Paz, ocorre a convocação de Antônio Rodrigues da Silva, suplente mais votado. (Atas, 3:54). Antônio Rodrigues da Silva comunica na ocasião que seu estado de saúde o impede de tomar posse do cargo de Juiz de Paz; a Câmara convoca então o segundo suplente mais votado, Dr. Francisco Antônio de Araújo, para preencher a vaga, que fora aberta com o falecimento de Luís Pinto de Sousa Aranha.(Atas,3:57)
A despeito de seu estado de saúde voltou a ser lembrado na política; em 14/4/1873 entre os suplentes dos vereadores eleitos para o quatrienio 1873/1877 constava Antônio Rodrigues da Silva. (Atas,3:147)
Em 4/5/1874, tendo sido aprovado pela Assembléia Provincial o Regulamento para Arrecadação do Imposto para as Obras da Matriz, houve a nomeação da Junta de Lançamento desse tributo. Foram propostos: Tenente-Coronel José Lourenço Gomes, José Manuel Cintra, Antônio Joaquim da Cunha Pantaleão, Antônio Rodrigues da Silva e Antônio Pedro Xavier. (Atas,3:212)
Em 28/5/1877, ao “tratar-se dos preparativos para recepção dos distintos hóspedes Imperiais nesta cidade por todo o mês de Junho”, a Câmara deliberou “nomear em cada bairro uma pessoa para os ajudarem, sendo os nomeados: Capitão Antônio Pedro de Godoy Moreira, José Pedro do Nascimento, Antônio Rodrigues da Silva, e outros”. (Atas,3:323)
Antônio Rodrigues da Silva, viúvo de Manuela Maria do Espírito Santo, casou no Amparo em 1873 com Senhorinha Maria de Jesus, natural de Campinas, filha de Camilo Corrëa da Silva e Josefa Martins. (CA-6:60). Não encontramos geração de nenhum desses casamentos.
Foi homem abastado. Antônio Rodrigues da Silva era dono de um sítio de 200 alqueire de terras, plantadas de milho, confrontando com Manuel Palhares. Esse sítio fora adquirido em 1853 "por herança de seu antecessor Francisco de Sousa"(sic). Antecessor, no caso, significa primeiro marido de sua mulher.
No Livro de Posturas de Amparo (PO,55) consta que ele construiu um prédio na Rua Direita, mais tarde Rua 13 de Maio, n. 150, onde residiu meu avô Artur Alves de Godoy e depois meu pai Nelson Alves de Godoy. Passei ali boa parte de minha vida. Hoje, demolido o casarão, um prédio moderno sedia a Casa Bahia. Segundo meu pai e outros parentes, Antônio Rodrigues da Silva teria sido quem emprestou cinco contos de réis a meu bisavô João Aleixo de Godoy, quando este, que perdera tudo na crise do algodão, inclusive seu sítio no bairro do Carretão, em Itatiba, veio procurar um emprego de administrador de fazenda no Amparo. Antônio Rodrigues não só lhe emprestou o dinheiro, mas o estimulou a comprar a fazenda Pedra Branca e a plantar café. Segundo meu pai, Antônio Rodrigues da Silva era mulato, segundo outros parentes era português. De qualquer modo, seremos sempre gratos a ele. (IP)
Essa casa da Rua 13 de Maio, então Rua Direita, já existia em 6/2/1871, quando, ao se tratar do nivelamento na saída da Rua Direita, houve a desapropriação de terrenos de José Silveira Franco, João Bokiler e Firmino Pires Cardoso, por compra particular, afim de dar à Rua Direita a largura de 60 palmos desde “a casa de Antônio Rodrigues da Silva até a casa do Alferes Rodrigues, última casa da mesma rua”. (Atas, 3:18). Mas ele foi dono também de uma casa vizinha:
na ata da sessão de 10/6/1876 a Câmara apreciou um requerimento de Antônio Rodrigues da Silva para o “alinhamento para construção de uma casa sita na esquina da Rua Direita e da Itororó”. (Atas,3:282 e 289).
Antônio Rodrigues da Silva comprou em 28/2/1876 de Daniel de Oliveira Preto e outros todos os bens deixados pela finada Florência Maria de Oliveira, constituídos por terras no bairro do Sertãozinha. (1º of. 35:146v)
Antônio Rodrigues também teve terras nas proximidades da atual Arcadas, vizinhas à uma propriedade de Albino Alves do Amaral, pois em 19/2/1877 ambos pediram a
desapropriação de terreno para “abertura de um caminho que do bairro dos peticionários vai à estação de Coqueiros” (Atas,3:309). E em 1/6/1877 houve um requerimento de Albino Alves do Amaral e Antônio Rodrigues da Silva pedindo engenheiro para traçar estrada que ligue a Estação de Coqueiros ao bairro dos suplicantes. (Atas, 3:326)

FRANCISCO DIAS ARANHA

Francisco Dias Aranha era filho do Alferes João Dias Aranha de Quadros, que foi casado em Campinas com Ana Cândida do Amaral, filha do Capitão Francisco de Paula Camargo e sua primeira mulher Petronilha Clara Rodrigues do Amaral (SL, 4:220 e 1:238). Francisco Dias Aranha era irmão de Luís Augusto Dias Aranha, morador em Itu. Conforme Jolumá Brito, Francisco e Luís participaram do combate de Venda Grande em 1842, do lado dos rebeldes liberais. Francisco Dias Aranha foi vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857, mas morreu antes de completar o mandato. Francisco Dias Aranha casou com Maria Angélica de Moraes, que morava em Amparo em 1859, quando casou em segundas núpcias com João Francisco Leme, filho de Francisco Antônio Leme e de Maria da Silveira Franco (CA-5:3). Francisco Dias Aranha e Maria Angélica tiveram, q.d.:
1 - João Dias Aranha, de Campinas, filho de Francisco Dias Aranha e de Maria Angélica de Moraes, casou no Amparo em 1864 com Porcina Maria José, de Taubaté, filha de José Leite Pinheiro e de Francisca Cândida de Assis (CA-5:50v)
2 - Augusto Dias Aranha, de Campinas, filho de Francisco Dias Aranha, já falecido, e de Maria Angélica de Moraes, casou no Amparo em 1870 com Carolina Leopoldina de Moraes Camargo, também campineira, filha do Capitão José Pedro de Moraes e de Francisca de Paula Camargo. (CA-6:10v)
3 - Maria Inácia de Moraes Aranha, filha do falecido Francisco Dias Aranha e de Maria Augusta de Moraes Aranha, casou no Amparo em 1873 com Antônio Emílio Cardoso de Almeida e Silva, português de Barcelos, filho de Manuel Francisco da Silva e da finada Maria Emília Cardoso de Almeida e Silva(CA-6:65v)

JOSÉ GOMES BARBOSA

O então Capitão José Gomes Barbosa, natural de Mogi Mirim, filho de Manuel Gomes de Oliveira e Generosa Alves de Andrade, casou em 1841 com Joaquina (ou Jesuína) Francelina da Conceição, amparense, filha de Manuel Rodrigues Cintra e Maria Rosa da Conceição. (CA-2:53v). Rosa Maria da Conceição era filha Rosa Maria Félix e de João de Siqueira Cardoso, patriarcas do clã SIQUEIRA CARDOSO, de Atibaia, cujos membros migraram em massa para o Amparo em princípios do século XIX. Em 1843 era Secretário do Fiscal da Freguesia. José Gomes Barbosa foi vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857.
Da ata da Câmara de 1/7/1859 consta:– “Foi indicado pelo Vereador Capitão José Gomes Barbosa, que existia um curandeiro José Guedes Pinto de Vasconcellos curando de medicina contra o direito da Lei, sem apresentar documentos approvados, e a Camara foi de parecer unanimemente que se oficiasse ao mesmo exigindo que apresentasse documentos aprovados, e que se não ficava privado de poder exercer o emprego de medico ou Serurgião (sic)” (Atas, 1:34v)
Depois de deixar a vereança José Gomes Barbosa dedicou-se ao comércio, obtendo licença para tanto em
15/2/1862, embora se apresentasse como lavrador em outras oportunidades. (Atas, 1:101).
José Gomes Barbosa alcançou a patente de tenente-coronel da Guarda Nacional, comandante em 1873 do 7º Batalhão de Infantaria. Exerceu também o cargo de Juiz de Paz em 1854 e 1873; nesta vez obteve 115 votos. Também foi nomeado em 1862 suplente de Delegado de Polícia de Amparo (Atas, 1:114ª).
Em 7/10/1868 aparece na lista dos suplentes mais votados para Juiz de Paz – os eleitos parecem ser todos do Partido Liberal e os suplentes do Partido Conservador:- Suplentes: Antônio Rodrigues da Silva, Lavrador, 119 votos, José Gomes Barbosa, Lavrador, 117 votos, Doutor Francisco Antônio de Araújo, Lavrador, 117 votos, Antônio José Alves Cordeiro, Lavrador, 112 votos – há outros com 14 votos e menos. (Atas, 2:76/77v)
A 10/5/1873 a Câmara Municipal tomou conhecimento de ofício da Presidência da Província, comunicando ter recebido representação de José Gomes Barbosa,“em que comunica ter esta Câmara concluído a apuração dos votos para vereadores e juízes de paz e não ter dado posse até então, determinando que esta Câmara com a maior urgência dê cumprimento ao artigo 105 da Lei n. 387, de 19/8/1846. Entrando em discussão foi pelo Presidente observado à Câmara que recebendo este ofício e vendo que a matéria nele contida (ilegível) um fato julgado pela mesma Câmara em virtude da mesma Lei, razão pela qual não julgou necessário Câmara Extraordinária para tomar conhecimento do mesmo ofício e que o excelentíssimo governo de tudo está ciente pelo último ofício por esta Câmara dirigido. Assim a Câmara resolveu arquivar o mesmo ofício e mais por estar próximo o dia da posse”.(Atas, 3:148/149)
A representação de Gomes Barbosa produziu efeito, pois em 14/5/1873 se procedeu ao juramento dos juízes de paz eleitos: Capitão Eduardo Augusto da Cunha Freire, Tenente-Coronel José Lourenço Gomes, e José Gomes Barbosa. (Atas,3:150)
Em 1873 exercia o cargo de Delegado de Polícia. Ele tinha um sítio de 20 alqueires na "beira da estrada que vai para Bragança", comprado a Albino Alves de Oliveira em 1850, e uma chácara de dois alqueires, na margem do Camanducaia,"abeirando o barranco do rio velho", comprada em 1851 a Manuel Aranha de Campos. Também era dono de uma casa que, em 1860, "já se acha contratada para Casa da Câmara e Cadeia Pública". Mas também teve terras no bairro do Cascalho por volta de 1871 (Atas, 3:44). Morava em 1873 na Rua Direita, 25. Faleceu em 1875.(EFA, 137, 143, 200 – Almanak da Província de São Paulo para 1873, 416)
José Gomes Barbosa e sua mulher tiveram:-
1- Firmina Hilária de Freitas, filha de José Gomes Barbosa e Jesuína Francelina da Conceição, casou no Amparo em 1870 com Jesuíno Alves de Andrade, filho de Jacinto Alves do Amaral e de Justina de Cerqueira César. (CA-6:13v) Jesuíno Alves de Andrade era dono da "Chácara do Ribeirão, casa e pasto, no subúrbio desta cidade" (Amparo), provavelmente herdada de José Gomes Barbosa, que ele e Firmina venderam em 1885 a Ansano Bruschini. (RIA, 4-C:459)

ANTÔNIO JOSÉ ALVES CORDEIRO

Major Antônio José Alves Cordeiro, natural de Porto Feliz, onde nasceu em 1809, filho do Capitão Custódio Manoel Alves, de Portugal, e de Ana Maria Novais Cordeiro, morador de Campinas durante algum tempo, era viúvo de Francisca Eugênia Pinto Ferraz, (com geração da primeira mulher do Major em SL,2:425); casou depois com Ana Franco da Silveira, (Ana fora batizada em 1839). Ana Franco da Silveira era filha de José Joaquim Franco da Rocha e de Maria Rosa da Silveira, esta filha de Francisco da Silveira Franco e de sua primeira mulher Ana Gertrudes de Campos; José Joaquim Franco da Rocha, por sua vez, era filho do Ajudante Daniel da Rocha Franco e de Francisca Pedroso Bueno (SL, 6:15).
Antônio José Alves Cordeiro foi vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857. Pertencia ao Partido Conservador e participara do combate de Venda Grande em 1842 do lado legalista.
Em 1856 era proprietário de um sítio de terras lavradias no bairro de Três Pontes de 100 alqueires, comprado de Manuel Joaquim de Cerqueira César. Mais tarde vendeu essa fazenda do Salto Grande a Joaquim Bonifácio do Amaral, Visconde de Indaiatuba. Doou à Matriz de Amparo as imagens de N. S. dos Passos, N. S.. das Dores e do Senhor Morto, esculpidas naquela fazenda e depois "transportadas processionalmente para a matriz" (EFA, 104). Antônio José Alves Cordeiro e sua mulher Ana da Silveira Franco venderam em fins de 1874 duas fazendas situadas no município de Bragança a José de Oliveira Preto. Em uma delas, a Fazenda Pitangueiras, Antônio José era sócio de José Custódio Alves.
Em 14/4/1873 ainda foi votado para Juiz de Paz, ficando em décimo lugar com apenas um voto (Atas,3:147).
Antônio José e Francisca Eugênia tiveram os filhos:
3.1 - Maria Cordeiro Ferraz, casada em 1854 com Joaquim Floriano do Amaral, filho de Manuel Saturnino do Amaral e de Maria das Dores;
3.2 - Amália Eugênia Pinto Ferraz, casada em 1859 com Elias Lourenço Gomes, filho de José Lourenço Gomes e Ana Franco da Silveira;
. 3.3 - Ana;
3.4 - Francisca Eugênia Alves Moreira, casada com o coronel João Pedro de Godoy Moreira;
Ana Franco da Silveira e Antônio José Alves Cordeiro tiveram:
3.5 - José Pedro Alves Cordeiro, casado com Almerinda Goulart;
3.6 - Maria Amélia da Silveira, casada com Salvador José de Miranda, filho do Capitão José Manuel Miranda, de Bragança;
3.7 - Ana Emília da Silveira Smith, casada com Walter Frederico Smith, da Irlanda, sem geração;
3.8 - Joaquim Cordeiro, casado com Francelina da Silveira Cordeiro, filha do Comendador Joaquim da Silveira Melo e de Ana Teolinda da Silveira, de São Roque (SL, 4:152). Pais de :
3.8.1 - Homero Cordeiro; casado.
3.8.2 - Lauro Cordeiro;
3.8.3 - Zita;
3.8.4 - Zilda Cordeiro, casada
3.8.5 - Dr. Clóvis Cordeiro, casado.
3.9 - Izabel da Silveira Campos, casada com Joaquim de Oliveira Campos, filho de João Xavier de Oliveira e de Gertrudes da Silveira Campos. Com geração.
3.10 - Amador Cordeiro, falecido solteiro;
3.11 - Constança Cordeiro, casada com Rafael Galvão Prestes, filho de Francisco de Oliveira Prestes; pais de:
3.11.1 - Marina Cordeiro Prestes, casada com Mauro Leite de Moraes, filho de Antônio Carlos de Moraes Bueno e de Maria Leopoldina Leite Sampaio; foram pais de:
3.11.1.1 - Carlos Prestes de Moraes, casado;
3.11.1.2 - Mauro Leite de Moraes Júnior, casado com Maria Lígia Pimentel, residentes em Santos, pais de:
3.11.1.2.1 - Carmen Lígia
3.11.1.2.2 - Gisela
3.11.1.2.3 - Marina.
3.11.1.3 - Dulce Prestes de Moraes
3.11.2 - Cid Cordeiro Prestes, casado
3.11.3 - Celeste Cordeiro Prestes
3.11.4 - José Cordeiro Prestes, casado;
3.11.5 - Paulo Cordeiro Prestes,
3.12 - Carlota Cordeiro, casada com o Dr. José Leite de Sousa, filho do Coronel Luís de Sousa Leite;
3.13 - Rafael Cordeiro, estudante em 1899;
3.14 - Adalberto Cordeiro, estudante de engenharia em 1899;
3.15 - Ana Maria Cordeiro Ferraz, natural de Campinas, casada no Amparo em 1854 com Joaquim Mariano do Amaral, também nascido em Campinas, filho de Manuel Saturnino do Amaral e de Maria das Dores.
O Major Cordeiro faleceu em 1890.

ANTÔNIO DE GODOY MOREIRA

Havia vários cidadãos de nome Antônio de Godoy Moreira no município de Amparo na época da primeira legislatura de nossa câmara municipal. Entretanto, o único que dispunha de força política para integrar a instituição nessa ocasião era Antônio Pedro de Godoy Moreira, filho do velho chefe conservador João Pedro de Godoy Moreira e de Inácia Pires de Ávila.
João Pedro de Godoy Moreira, o primeiro desse nome, era filho de José Ortiz de Camargo e de Gertrudes Maria de Godoy, provavelmente bragantino, foi o tronco da família Godoy Moreira de nossa região. Ele casou-se em Bragança em 1811, em primeiras núpcias, com Inácia Pires de Ávila, filha de Felipe Pires de Ávila e de Maria Pires da Rocha; na segunda vez, casou em Mogi Mirim em 1827 com Ana Franco da Cunha, natural de Atibaia, filha de Pantaleão Pedroso da Cunha e de Maria Josefa de Almeida (SL, 1:360 - CM-1:99). Da primeira mulher teve 5 filhos entre os quais:-
1.1 - Antônio Pedro de Godoy Moreira, casado com Lina Maria de Godoy. Tenente da Guarda Nacional, era natural de Bragança.
Antônio Pedro e Lina foram pais de:
1.1.1 - Gertrudes Maria de Godoy, casada em 1873 com Augusto Antônio Fagundes. (RMV, 43 - CA-6:61/61v); pais do Prefeito Raul de Oliveira Fagundes, que por três vezes dirigiu a administração municipal de Amparo no século XX.
1.1.2 - Martinha Itina (sic) de Godoy, casou no Amparo em 1872 com José Augusto do Amaral Sousa, de Belém do Jundiaí, filho de Joaquim José do Amaral e de Francisca Eugênia de Barros. (CA-6:42v)
Em 1862 o Tenente Antônio de Godoy Moreira foi nomeado terceiro suplente de Delegado de Polícia(Atas, 1:114ª).
Antônio de Godoy Moreira vendeu em 1874 um imóvel rural no "lugar denominado Camanducaia", em Duas Pontes, controntando com Joaquim Policarpo Aranha, Antônio Carlos de Almeida Bicudo e outros. (RIA, 4:13, 83)
Em 21/2/1876 foi apresentada à Câmara uma representação de “moradores dos bairros da Boa Vista, Areia Branca e Entre Montes, pedindo para abrir uma estrada passando por terrenos dos herdeiros da finada mulher do Capitão Antônio Pedro de Godoy Moreira, a dar na Estação de Pedreira (a este respeito deram-se como suspeitos os srs. Godoy Moreira e Egídio Cesarino, pelo que assumiu a Presidência o sr. José Pedro de Deus)” – adiado. (Atas, 3:276)
Quando houve a notícia de que Amparo seria visitado pelo Imperador Pedro II, a Câmara naturalmente se mobilizou. Em 28/5/1877 deliberou que para “tratar-se dos preparativos para recepção dos distintos hóspedes Imperiais nesta cidade por todo o mês de Junho entraria em combinação com os cidadãos Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra, Comendador Zeferino da Costa Guimarães, Dr. Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda” e faria “nomear em cada bairro uma pessoa para os ajudarem, sendo os nomeados: Antônio Gonçalves de Oliveira Bueno, Luís de Sousa Leite, Paulino Xavier da Silveira, Major José Jacinto de Araújo Cintra, Capitão Antônio Pedro de Godoy Moreira, e outros”. (Atas,3:323)
Antônio Pedro era irmão do Coronel João Pedro de Godoy Moreira, o segundo do nome, (em moço se chamava João Batista de Godoy Moreira), fundador de Pedreira, que foi casado com Francisca Eugênia Alves Cordeiro, filha do major Antônio José Alves Cordeiro e de sua primeira mulher Francisca Eugênia Pinto Ferraz. O Coronel João Pedro de Godoy Moreira era um dos chefes do Partido Conservador, ao lado do Senador Luís Leite e do Dr. Francisco Antônio de Araújo. Manteve-se na política até os últimos anos do século XIX, tendo aderido à República e sido eleito vereador em 1892. Também foi seu irmão o vereador José Pedro de Godoy Moreira, que presidiu a Câmara durante um largo período na quinta legislatura, de 1873 a 1877.

SUPLENTES CONVOCADOS

FRANCISCO MARIANO GALVÃO BUENO
MARCOS EVANGELISTA DO AMARAL
ANTÔNIO PIRES DE GODOY JORGE
MANUEL SILVESTRE DA CUNHA MARTINS
JOSÉ IVO DE SOUSA PINTO
FRANCISCO RODRIGUES BORGES
LUÍS PINTO DE SOUSA ARANHA
ANTÔNIO JOSÉ DE OLIVEIRA
JOSÉ MANUEL DE MIRANDA

FRANCISCO MARIANO GALVÃO BUENO

Este suplente de vereador foi convocado em 1859, junto com Antônio Pires de Godoy Jorge e Marcos Evangelista do Amaral, para suprir a falta dos vereadores Antônio Rodrigues da Silva, Manuel Silvestre da Cunha Martins e José Ivo de Sousa Pinto (este também suplente anteriormente convocado - EFA, 170).
Francisco Mariano Galvão, nascido em São Bernardo em 1821, foi casado com Alexandrina Ortiz Garcia, filha do capitão Bento Barbosa Ortiz. O casal morou em Campinas antes de se mudar para Amparo. Francisco Mariano possuia uma grande fazenda oom uma colônia estrangeira, muito elogiada em 1860 pelo Barão J.J. Von Tschudt, que informou ser "o fazendeiro um dos mais condescendentes e bons que se possa imaginar". Em 1857 Francisco Mariano exercia as funções de Juiz de Paz. Francisco Mariano e Alexandrina deixaram vasta e ilustre descendência:
1 - Francisco Mariano Galvão Bueno, "Nhonhô da Chácara", casado com Carlota Zanella, filha dos austríacos Francisco José Zanella e Maria Antonieta Isch; era lavrador e exerceu cargos públicos, tendo sido eleito vereador em 1881 e presidente da câmara municipal de Amparo em 1897; com geração em Prestes Barra, 54:
1.1 - Francisca Galvão Bueno, casada com o Dr. Paulo Ramos de Oliveira, advogado em São Paulo; com geração:
1.1.1 - Paulo;
1.1.2 - Maria Luísa
1.1.3 - Carlos Eduardo
1.2 - Alexandrina Galvão Bueno, casada com o Dr. Mário Teixeira de Freitas, engenheiro em São Paulo; com geração:
1.2.1 - Mário;
1.2.2 - Caio
1.2.3 - Tadeu
1.2.4 - Marcos
1.3 - Francisco Mariano Galvão Bueno Filho, casado com Gabriela Junqueira, com geração:
1.3.1 - Carlos Mariano;
1.3.2 - Francisco Mariano
1.4 - Maria Isabel Galvão Bueno, procuradora do Estado, já falecida, foi casada com Paulo Augusto Rui Barbosa Batista Pereira, filho do escritor Dr. Antônio Batista Pereira e de Adelaide Rui Barbosa, filha do grande jurista Dr. Rui Barbosa de Oliveira; com geração:
1.4.1 - Maria Augusta;
1.4.2 - Lucila Maria
1.4.3 - Maria Regina.
1.5 - Afonso Galvão Bueno, casado com Helena Estanislau do Amaral, filha do Dr. Milton Estanislau do Amaral e Alice de Sousa; com geração:
1.5 1 - Afonso Mariano Galvão Bueno ;
1.6 - Ana Galvão Bueno, casada com José Cintra Franco;
2 - Afonso Galvão Bueno; com geração. Foi um dos sócios fundadores do Club 8 de Setembro em 1885.
3 - Maria Isabel Galvão Bueno, casada com José Joaquim Franco da Rocha; veja FRANCO , tronco VI, pais do:
3.1 - Dr. Francisco Franco da Rocha, célebre psiquiatra brasileiro, fundador do Hospital do Juqueri, na hoje cidade de "Franco da Rocha", em homenagem a ele. Foi casado com Leopoldina Lorena Machado, com geração.
4 - Francisca Maria Galvão Bueno, casada em 1862 com seu parente Francisco Antônio de Oliveira Prestes, filho de Antônio Joaquim de Oliveira Prestes e de Maria Perpétua; foram pais de:
4.1 - Carlos Galvão Prestes, nascido no Amparo em 1867, casado a primeira vez com Durvalina Bueno, e a segunda vez com Maria Catarina Buonchristiani, filha de Caetano e Raquel Buonchristiani. Sem geração da primeira mulher, teve da segunda cinco filhos:
4.1.1 - Carlito Prestes, casado com Jaci Nóbrega, filha de João de Sousa Nóbrega e Maria Nóbrega.
4.1.2 - Celeste Prestes, solteira
4.1.3 - Angelina Prestes, casada com Armando Nóbrega, pais de:
4.1.3.1 - Marli Prestes Nóbrega
4.1.3.2 - Cleri Prestes Nóbrega.
4.1.4 - Bernardino Galvão Prestes, casado com Idalina Ferraz, filha de Antônio Ferraz, pais de:
4.1.4.1 - Dalila Prestes, casada com José Sevá, advogado em Campinas.
4.1.5 - Dr. Rafael Galvão Prestes, farmacêutico, advogado, fazendeiro e político em Amparo, onde foi Prefeito Municipal e depois deputado estadual, casado com Constância Cordeiro, com geração.
5 - Carolina Galvão Bueno, casada com Afonso Henrique de Sousa Sampaio, filho de Bernardo José de Sampaio e de Maria Carolina de Sousa, neto paterno do Capitão Francisco de Paula Camargo e Petronilha Clara Rodrigues do Amaral, mencionados por Silva Leme, 1:238/242. Afonso e Carolina foram pais de:
5.1 - Bernardo Galvão de Sampaio, casado com Clara Nogueira da Mota, filha de Fernando Maria Nogueira da Mota, pais de:
5.1.1 – F ernando
5.1.2 - Carolina
5.1.3 - Mariana
5.1.4 - Maria
5.2 - Francisco Galvão de S.Paio; casado; pai de:
5.2.1 - Dr. Paulo Sampaio, médico em Amparo; casado, com geração;
5.3 - Paulo Galvão de Sampaio
5.4 - Antônio Galvão de Sampaio
5.5. - Marieta Galvão de Sampaio..
6 - Florisbela Galvão Bueno;

MARCOS EVANGELISTA DO AMARAL

Marcos Evangelista do Amaral, casado em 1854 no Amparo com sua parente Maria Benedita Xavier, filha do Tenente Pedro Antônio Xavier, era filho de Leandro Mendes do Amaral e de Cândida Maria Leite. Era neto do Alferes Salvador Mendes do Amaral e bisneto do patriarca atibaiense João de Siqueira de Alvarenga. Em 1858 residia no bairro do Lambedor e assinava um requerimento sobre a necessidade de um caminho para a vila. (Atas, 1:13)
Em 24/5/1859 foi nomeado Tesoureiro das Obras da Matriz (Atas, 1:31v). Nesse mesmo ano era Inspetor do Caminho do Bairro dos Farias e Lambedor (Atas, 1:38)
Em 26 de Setembro de 1859 foi convocado, junto com o Capitão Francisco Mariano Galvão Bueno e Antônio Pires de Godoy Jorge, para substituir os vereadores faltantes Manuel Silvestre da Cunha Martins, José Ivo de Sousa Pinto, e Antônio Rodrigues da Silva. (Atas, 1:41)
Em 8/10/1859 fez parte da comissão que deu parecer favorável sobre a compra da ponte de Manuel Alves Cardoso, para estabelecer comunicação com a vila de Belém do Jundiaí, hoje Itatiba. O parecer foi aprovado por unanimidade e a compra realizada, com o que se conseguiu finalmente uma ligação com Itatiba. (Atas, 1:43).
Marcos Evangelista do Amaral serviu como vereador até agosto de 1860.
Marcos Evangelista já era falecido em 1863, quando sua viúva se casou com Marciano Franco do Amaral.

ANTÔNIO PIRES DE GODOY JORGE

Antônio Pires de Godoy Jorge, natural de Bragança, onde nasceu em 1820, filho de pai incógnito e de Ana Jacinta da Cunha, foi casado no Amparo em 1844 com Rosa Maria da Conceição, viúva de Inácio Alves de Oliveira. Rosa Maria, ao que parece, faleceu pouco depois, já que fez testamento em 21/1/1845. Ela era filha de Salvador Gonçalves Teixeira e Gertrudes Maria de Jesus. Consta ser Antônio Pires de Godoy Jorge o pai do jornalista amparense Jorge Pires de Godoy, autor dos "Almanaques do Amparo" e um dos pioneiros da imprensa local, que mais tarde, já no século XX, também foi vereador. Até pouco tempo, só se conhecia o nome de um outro parente seu, sua irmã Josefa Maria da Conceição (Atas, 3:382383). Mas o testamento de Francisco Antônio da Cunha Claro, encontrado no arquivo do Cartório do 1º Ofício de Amparo, livro 4:15, esclarece que o testador era irmão de Antônio Pires de Godoy Jorge e de Silvestre da Cunha Claro.
Em 1846 Godoy Jorge era Agente da Coletoria da Província em Amparo. Foi o primeiro Procurador da Câmara nomeado em 1857, cargo que equivaleria hoje a "gerente geral" da administração municipal, encarregado de executar as determinações da câmara (Atas, 1:2v).
Antônio Pires de Godoy Jorge era suplente de vereador na primeira legislatura de nossa câmara municipal e foi convocado a assumir o cargo. Era integrante do Partido Liberal, tendo se envolvido no grave conflito ocorrido na Igreja do Rosário em 2 de fevereiro de 1869, entre liberais e conservadores (EFA, 34). Foi eleito Juiz de Paz em 1861.
Em 24/12/1862 foi nomeado suplente do Juiz Municipal e de Órfãos de Amparo, provimento que se repetiu em 8/10/1866. (Atas, 1:122v/123 - 2:24v/25)
Era dono de um terreno murado na Rua Direita, que após alguns desacertos com relação ao preço, acabou sendo vendido à Câmara em 1871. (Atas, 3:46/47). E mesmo atarefado com suas múltiplas atividades, em 25/5/1872 fez pessoalmente a apreensão de animal de Serafim de Godoy Bueno que vagava em suas terras. (Atas,3:102) Poucos anos depois era Godoy Jorge multado pela apreensão de animais seus em terras de vizinhos; alegou queda de cerca de pau-a-pique que separava sua propriedade da do vizinho. (Atas, 3:335)
Em 15/6/1874, José Pedro de Deus e João Antônio Gonçalves indicaram que se conservasse o Diretório das Obras da Matriz, no qual era Procurador o Tenente Antônio Pires de Godoy Jorge. (Atas,3:216)
Foi um dos maçons amparenses que outorgaram procuração em 4/3/1875 ao Conselheiro Saldanha Marinho para reclamar do Governo Imperial contra as bulas papais que excluiam os “pedreiros livres” dos atos da Igreja. (1º of., 33:162v/ 164v)
Elegeu-se vereador novamente em 1865 e 1877, tendo presidido a câmara em muitas sessões. Acompanhou Bernardino de Campos e outros liberais que se tornaram republicanos. Em sua casa foi realizada em 10 de março de 1878 a reunião dos membros do Partido Republicano para a escolha de representante no congresso do partido, a ser realizado na capital.
Na sessão da Câmara de 16/4/1877 foi apresentada uma indicação de Bernardino e Godoy Jorge para representar ao Poder Legislativo (do Império) sobre a necessidade de estabelecer no país “plena liberdade religiosa”, “para aumentar a população moralizada e determinar a fixação de capitais no pais” (sic) (Atas,3:319). Na sessão de 1/6/1877 essa proposta de plena liberdade religiosa no país, apresentada por Bernardino, Godoy Jorge e Gomide foi discutida; falaram a favor da proposta Bernardino, Godoy Jorge e Gomide; contra falou Nunes Jr.; posta a votos foi rejeitada. (Atas, 3:325/326)
Chegou a tenente-coronel da Guarda Nacional no final do século XIX. Em 1885 ocupou o cargo de Delegado de Polícia. (EFA, 36, 87)
Godoy Jorge era proprietário em 1890 de terrenos no Ribeirão, na estrada do Morro das Pedras (EFA, 36, 72), que provavelmente integravam o sítio de 200 alqueires que ele havia declarado ao Registro Paroquial de Terras em 1856. (RPT, 272). Faleceu aos 70 anos em 6/5/1890.

MANUEL SILVESTRE DA CUNHA MARTINS

Manuel Silvestre da Cunha Martins foi suplente de vereador na primeira legislatura de nossa câmara municipal. Chegou a ser convocado em outubro e dezembro de 1858 e a exercer o mandato, mas acabou substituído pelo José Ivo de Sousa Pinto,.em abril de 1859. Voltou à vereança em maio desse ano.
Era integrante do Partido Liberal, tendo participado do combate de Venda Grande, nos arredores de Campinas, na Revolução de 1842, onde os rebeldes liberais foram derrotados por Caxias. (Jolumá Brito).
Foi um cidadão bastante ativo, envolvido em numerosos projetos e obras, inclusive a construção de estrada e ponte sobre o rio Jaguari, na estrada para Itatiba (projeto que não se completou, pois a Câmara acabou comprando uma ponte de Manuel Alves Cardoso), e um primeiro loteamente, no bairro de Entre Montes. Também foi contratado pela câmara para construir uma ponte no bairro do Ribeirão na estrada para Campinas, "em combinação com João Pedro de Godoy Moreira".
Manuel Silvestre da Cunha Martins e sua mulher Maria do Carmo Martins haviam vivido em Casa Branca e em São José da Formiga, em Minas Gerais, acabando por se radicar no Amparo, onde foram proprietários de um sítio no bairro da Areia Branca. Manuel Silvestre já era falecido em 1867 e deixou ilustre descendência em Amparo com os filhos:
1 - Maria Romana, natural de Casa Branca, que casou em 1852 no Amparo com José Adriano Martins da Cunha, natural de Pouso Alegre, filho de José Martins da Cunha e de Ana Custódia da Conceição.
2 - José Silvestre da Cunha Martins, natural de São José da Formiga - MG, casou no Amparo em 1852 com Gertrudes Ana da Conceição, natural de Bragança, filha de Antônio Barbosa de Lima e Ana Maria dos Santos.
3 - Gertrudes do Carmo Martins, filha de Manuel Silvestre da Cunha, já falecido, e de Maria do Carmo Martins, casou no Amparo em 2/3/1867 com José de Oliveira Bueno Prado, natural de Campinas, morador de Amparo, filho de Francisco José de Oliveira, já falecido, e de Joaquina Cândida Bueno. (CA-5:109v). Tiveram q.d.:
` 3.1 - Dr. Alfredo Patrício do Prado Paulista, nascido em 1869 em Amparo, foi casado com Júlia Cintra do Prado, nascida em 12 de Maio de 1865 em Amparo, falecida em 1932, filha de Joaquim Pinto de Araújo Cintra, 2.0 Barão de Campinas, que nasceu em Atibaia em 13 de Agosto de 1824, e faleceu em Amparo em 13 de Janeiro de 1894. O Barão de Campinas foi casado em Atibaia com sua prima Ana Francisca da Silveira Cintra, filha de Joaquim Cintra da Silveira e de Helena de Moraes Cintra. O Dr. Alfredo Patrício e Júlia foram pais de:-
3.1.1 - Dr. Amador Cintra do Prado, nascido em 1897 em Amparo, engenheiro, casado em primeiras núpcias com sua prima Carmen Cintra Ferreira, pais de:
3.1.1.1 - Luíz Patrício, nascido em 1929, engenheiro, casado com Maria Alice Berardo Pimentel.
Em segundas núpcias, o Dr. Amador Cintra do Prado casou com D. Mirtes Cintra Pimentel; pais de:
3.1.1.2 - Maria Cecília;
3.1.1.3 - Alfredo
3.1.1.4 - Maria Inês
3.1.1.5 - José Roberto
` 3.1.1.6 - Fábio
3.1.1.7 - Amador
3.1.2 - Dr. Lúcio Cintra do Prado, nascido em 7 de março de 1899, desembargador, casado com Judite Barroso de Sousa; pais de:
3.1.2.1 - Maria Lúcia Cintra do Prado, casada com Carlos Eduardo Barreto, filho de Oscar Barreto e de Alzira Sales de Oliveira (irmão do Dr. Armando Sales de Oliveira, governador de S. Paulo)
3.1.2.2 - Maria Dalila
3.1.2.3 - Iolanda Maria
3.1.2.4 - Ana Maria
3.1.2.5 - Maria Beatriz
3.1.3 - Dr. Felício Cintra do Prado, médico,casado com Leonor Guimarães de Queiroz, filha de Plínio de Queiroz e de Lucilia Guimarães; pais de:
3.1.3.1 - Luiz Eduardo
3.1.3.2 - Heloísa Maria
3.1.3.3 - Fernando
3.1.4 - Anita, freira dominicana.
3.1.5 - Nair Cintra do Prado, casada em 1926 com o Dr. Rui Lopes de Burgos, médico, filho do Dr. Coriolano Barreto de Burgos e de Elisa Lopes; pais de:
3.1.5.1 - Armando
3.1.5.2 - Maria Helena
3.1.5.3 - Carmen
3.1.5.4 - Sílvia
3.1.5.5 - Anita
3.1.6 - Dr. Luiz Cintra do Prado, engenheiro, casado com Maria Celina Ferreira, filha de Luiz Leme Ferreira; pais de:
3.1.6.1 - Aluísio
3.1.6.2 - Mariana
3.1.6.3 - Elisabeth
4 – Tomás da Cunha Martins, fazendeiro em Entremontes por volta de 1875. (1º of., 35:19v)
5 - Certamente também era seu filho o homônimo Manuel Silvestre da Cunha Martins, casado com Maria Nazaré dos Santos Martins, que, em 9/8/1875, hipotecou um sítio em Entremontes a José de Oliveira Bueno e Prado.

JOSÉ IVO DE SOUSA PINTO

O Tenente José Ivo de Sousa Pinto não é mencionado nas genealogias, mas provavelmente era ligado à família Sousa Freire, que foi uma das mais importantes que residiram no Amparo nos primeiros tempos da Capela Cura. Um de seus membros, o Padre Roque de Sousa Freire, pode ser considerado mesmo um dos principais personagens da instituição da capela, autor que foi do relatório decisivo para isso. Além do mais foi quem demarcou os limites da nova capela e assumiu o cargo de Capelão em 1829, exercendo-o até 1837. Teve terras e casa no Amparo e consta que legou suas propriedades a seus escravos, aos quais emancipou. Passa por ser um dos introdutores da cultura do café no Amparo.
Essa família veio de longe; mais precisamente de Mogi das Cruzes, no Vale do Paraíba, onde o seu patriarca, o Capitão Roque de Sousa Freire, era originalmente domiciliado. Mais tarde se mudaram para Mogi Mirim, onde tiveram propriedades nas proximidades da Ressaca. E de lá muitos deles se passaram para o Amparo, onde se ligaram a diversas famílias locais.
Um dos filhos do Capitão Roque de Sousa Freire foi o Ajudante José Ivo de Sousa, casado em 1817 em Campinas com Maria das Dores de Camargo, filha de José Pinto de Godoy e de sua primeira mulher Francisca Coelho de Camargo. Este homônimo do vereador amparense morou em Bragança, onde ocupou o cargo de juiz ordinário e de órfãos, mas aparece em muitos documentos amparenses. Faleceu em 1838 e deixou vasta descendência em São Paulo e Bragança. Talvez seja avô do nosso edil.
O nosso vereador, Tenente José Ivo de Sousa Pinto, já residia no Amparo em 1855 quando foi testemunha do casamento de João Bueno Pinto, natural de S. José de Toledo, viúvo de Joana Maria de Jesus, com Teresa Maria da Conceição, natural de Bragança, filha de Albino Gomes de Oliveira e Cândida Cardoso do Espírito Santo.
O Tenente José Ivo de Sousa Pinto foi convocado como suplente a assumir o cargo de vereador em 16 de abril de 1859, para suprir a falta do vereador Manuel Silvestre da Cunha Martins. Em 1.o de julho desse ano estava doente e foi substituído pelo suplente Luís Pinto de Sousa Aranha. No dia 16 desse mês já estava restabelecido e participando das deliberações da câmara municipal. Depois disso seu nome não mais é mencionado na documentação da câmara e nem nos registros eclesiásticos.

FRANCISCO RODRIGUES BORGES

O Alferes Francisco Rodrigues Borges, era casado com Cândida Maria de Jesus (ou da Cruz). Foram padrinhos de batizados desde 1834. Era figura proeminente no período da Capela do Amparo. Foi proprietário de imóvel na rua Direita (atual 13 de Maio) em 1837. Segundo o Dr. Áureo de Camargo ele foi um dos mais antigos plantadores de café no Amparo. Também foi dono de um sítio de oitenta alqueires no Córrego Vermelho, que vendeu em 1843 a Frutuoso Mendes do Amaral. Em 1856 possuia um sítio de terras de cultura com a área de 140 alqueires, no bairro da Cachoeira .A estação ferroviária de Alferes Rodrigues, onde possuiu fazenda, lhe deve o nome. Ocupou cargos públicos de nomeação e de eleição. Em 1844 foi nomeado suplente de delegado de polícia e eleito Juiz de Paz, com 145 votos; em 1861 foi novamente eleito Juiz de Paz. No ano seguinte foi nomeado suplente de Juiz Municipal, o que se repetiu em 1866. (Atas, 1:122v/123 - 2:24v/25)
Ainda segundo o Dr. Áureo era tradição que ele possuía um realejo com o qual abrilhantava reuniões sociais. Por enquanto nada encontramos sobre sua origem e pouca coisa sobre seus parentescos.
O Alferes Francisco Rodrigues Borges assumiu o cargo de vereador em 28 de janeiro de 1859 na falta do vereador Francisco Dias Aranha. Compareceu a todas as sessões até maio de 1860, quando faltou por estar doente, mas voltou ainda nesse mês. Era membro da Comissão de Contas da Câmara nesse ano.
Na ata de 11 de junho de 1860 consta "Foi lido um requerimento de Francisco Roiz Borges pedindo ser absolvido da multa de vinte e seis mil reis por causa de faltas de pessoas ao Caminho, allegando não ter havido faltas, e o Senhor Presidente entregou a Comissão dos Senhores Barbosa, Amaral e Aranha para dar o seu parecer acerca do allegado". Era a multa da corvéia, obrigação legal daquela época, de contribuir com trabalhadores para a manutenção e reparação das estradas municipais, à qual Rodrigues Borges estava obrigado como proprietário rural. Esse incidente se prolongou por várias sessões e Rodrigues Borges acabou por pedir a demissão do Fiscal Manuel Joaquim Franco (Avô do Professor Dr. Jaupery de Moraes Franco), o que não obteve apoio de seus pares na câmara.
O Alferes Rodrigues faleceu em 1871. (EFA, 88, 158)
Descobrimos o nome de alguns de seus herdeiros: Dr. João Batista de Moraes e sua mulher Joana Balbina Borges Monteiro de Moraes, moradores em São Paulo, os quais venderam, em 30/1/1874, ao também herdeiro Dr. Joaquim Inácio de Moraes, morador em Pirassununga, partes “do sítio que foi do finado Alferes Francisco Rodrigues Borges”, tio dos vendedores e do comprador. (1º of., 30:26v)

LUÍS PINTO DE SOUSA ARANHA

Luís Pinto de Sousa Aranha, filho de Joaquim Barbosa do Rego e de Ana Teodora de Camargo, neto paterno de João Barbosa do Rego e de Isabel de Lara Leite, casou em 1837 na vila de São Carlos, hoje Campinas, com sua prima Ana Caetana Guedes, filha de Joaquim Guedes Barreto (este filho de Bernardo Guedes Barreto e sua mulher Maria Antônia de Godoy e sobrinho de João Barbosa do Rego) e sua segunda mulher Ana Custódia de Matos (esta filha do alferes Antônio José de Matos e de Ana Custódia do Sacramento). Luís Pinto foi fazendeiro de café no Amparo, eleitor paroquial e vereador suplente na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, convocado em 1859, na falta do edil Francisco Rodrigues Borges, além de Juiz de Paz eleito
em 1869, com 249 votos. Era ligado ao Partido Liberal.
Ele teve um sítio denominado São Luís da Boa Vista, nas margens do Camanducaia, na região dos Fechos, adquirido em 1853 de Francisco de Assis Arantes.
Ainda em 27/2/1871 serviu como testemunha numa multa aplicada pelo Fiscal ao mascate Filipe Klein, que alegava nada ter vendido no município. (Atas, 3:26)
Luís Pinto e Ana Caetana foram pais de:
1 - Brasília de Sousa Aranha, natural de Campinas, filha de Luís Pinto de Sousa Aranha e Ana Caetana Guedes, casou no Amparo em 1869 com seu primo Pedro Damião Pastana, natural de Capivari, filho de Joaquim Damião Pastana, já falecido, e de Ana Joaquina de Camargo Pastana (CA-6:5).
2 – Maria Bibiana de Sousa Aranha, natural de Campinas, filha de Luís Pinto e de Ana Caetana, casou no Amparo em 1858 com Damião Pastana, natural de Campinas, filho Joaquim Damião Pastana e de Ana Perpétua Aranha (CA-3:79v). Esse casal deixou vasta descendência em Amparo, sendo ancestrais do saudoso amigo Mário Prado Pastana, cidadão exemplar e modelo de honradez. (Silva Leme, 3:22/26 - EFA, 13, 14, 107 e 122).
Em 1/8/1871 a Câmara noticiava o falecimento de Luís Pinto de Sousa Aranha, 2º Juiz de Paz, aos 60 anos de idade, e a convocação de Antônio Rodrigues da Silva, suplente mais votado. (Atas,3:54)

ANTÔNIO JOSÉ DE OLIVEIRA

Antônio José de Oliveira foi primeiro suplente de vereador na primeira legislatura de nossa câmara municipal, convocado em 18 de outubro de 1858 para substituir Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda, que renunciara. Era natural de Atibaia, lavrador, casado com Maria Brandina de Oliveira. Também era conhecido como Antônio Domingues. Fora contratado em 1846 para "pilar as taipas da igreja nova da Matriz", e, em 1852, pelo preço de 5:400$000 para completar as obras da Matriz. Em 1854 foi multado em dez mil réis por estar comerciando sem licença. (PO, 51)
Em sua casa foi instalada em 14 de novembro de 1857 a Câmara Municipal da Vila do Amparo.(EFA, 135, 180 e 187, e 196, 198)
` Antônio José de Oliveira e sua mulher Maria Brandina de Oliveira foram donos de um sítio de 80 alqueires na estrada de Amparo para Socorro, que venderam a Querubim Bertoldo de Sousa em 15/2/1856. (RPT, 121A), Em 1860 era Juiz de Paz, mas havia se mudado de Amparo (Atas, 1:53)
Deve ser o mesmo que, em 1841, foi nomeado comandante da Secção de Cavalaria da Guarda Nacional de Amparo, recentemente criada. Em 1844 era nomeado suplente de subdelegado. Também deve ser o mesmo que foi Fiscal da Capela Curada em 1837, encarregado pela Câmara de Bragança de vigiar pela administração urbana e pelas estradas vicinais.
Não deve ser confundido com o homônimo Antônio José de Oliveira, natural de Bragança, filho de Félix Antônio da Silva e de Joana Maria de Camargo, que casou no Amparo em 1849 com Joaquina Maria Francisca, também conhecida por Joaquina Maria do Espírito Santo, natural de Juqueri, filha de Francisco José de Miranda e de Leopoldina Maria (CA-2:95).

JOSÉ MANUEL DE MIRANDA

O suplente de vereador Tenente José Manuel de Miranda foi convocado em 26 de novembro de 1860 a integrar a Câmara. Seus dados biográficos estão à frente, como Presidente da segunda legislatura.

SEGUNDA LEGISLATURA - 1861/1865

José Manuel de Miranda - Presidente
João Leite de Moraes Cunha
Inácio José Bueno
Francisco de Assis Arantes
Querubim Bertoldo de Sousa
João Evangelista de Matos
Francisco de Paula Camargo

Se os primeiros anos de nossa Câmara Municipal foram vividos sob a égide da grande conciliação do Marquês de Paranaguá, o período seguinte, de 1861 a 1865, marca o nascimento das lutas políticas no Amparo. Liberais e conservadores se separaram travando amargas disputas eleitorais, que iriam desaguar nos anos seguintes em graves conflitos e na criação do Partido Republicano, na qual Amparo teve papel importantíssimo.
Os liberais venceram, fazendo a maioria dos vereadores e elegendo Presidente da Câmara o então Tenente José Manuel de Miranda, o mais votado dos candidatos. A corrente liberal era constituída principalmente de fazendeiros de café provenientes de Campinas, que se ligaram no Amparo ao grupo da família Silveira Franco e do futuro Barão de Campinas, Joaquim Pinto de Araújo Cintra.
Os conservadores, por sua vez, agrupavam-se em torno da primitiva oligarquia dos Godoy Moreira e Pires de Ávila, reforçada mais tarde pelos Sousa Leite e pelos Araújos. Mas só elegeram um vereador, Francisco de Assis Arantes. Este, entretanto, só compareceu às sessões até abril, falecendo por volta de maio de 1861, pois em junho já se cuidava da sua substituição. Em seu lugar assumiu o Alferes Joaquim Manuel de Cerqueira César, primeiro suplente, e também liberal, ficando os conservadores sem representante. Essa era a regra na época: seguia-se a ordem dos votos, independentemente do partido a que pertencessem o suplente e o vereador substituído. Mas a chamada de suplentes foi uma constante durante toda a legislatura; alguns dos suplentes eram liberais, mas outros eram conservadores, restabelecendo a presença dessa corrente na Câmara.
O ambiente de paz política já desfizera, mas os atritos que surgiram tiveram geralmente cunho pessoal, como a insistência de Moreira César em demitir o fiscal Manuel Joaquim Franco, que o multara por manter jogo de bilhar, sem o pagamento do imposto cabível.
Em compensação, já havia algumas obras públicas em andamento, como a construção de calçadas no núcleo urbano, o conserto do prédio da cadeia, e a preocupação com uma estrada regular que, passando por Itatiba, ligasse Amparo ao ponto terminal da via-férrea, então situado em Jundiaí. As obras de construção da Matriz estavam à cargo de um diretório nomeado pela Câmara e eram custeadas com um imposto especial por ela arrecadado.
As atividades de rotina eram as mesmas, notando-se um grande aumento nas multas aplicadas, especialmente pelas faltas na conservação dos caminhos, e ainda os problemas com o abate de animais soltos nas ruas, cães, cabras e porcos, além dos costumeiros aborrecimentos com os formigueiros. Também havia assuntos urbanísticos, como o alinhamento de prédios e a definição do arruamento de novas vias públicas.
Em 10 de novembro de 1862 registra-se um ofício do Tenente José Manuel de Miranda no qual declarava entregar a Presidência da Câmara ao Senhor João Leite de Morais Cunha "por se achar com incomodos de saúde"; posteriormente a presidência foi exercida em algumas sessões por Antônio
Rodrigues da Silva. Miranda reassumiu em 24 de dezembro desse ano.
Em fevereiro a ameaça de um iminente conflito com a Inglaterra, causada pela “questão Christie”, ocupou a atenção da Câmara. Uma sessão extraordinária foi convocada para o dia 2 desse mês para preparar uma subscrição popular para compra de armamento. Nela o Presidente Miranda realizou um violento discurso contra “o leopardo inglês”, e foi seguido por outros oradores, inclusive outras autoridades e populares. Felizmente a ameaça não se concretizou e voltamos ao cotidiano da administração.
A 28 de abril de 1863 a Câmara fez uma “representação a Sua Magestade Imperial pedindo a separação deste termo do termo de Bragança e a criação do lugar de Juiz Municipal e de Orfãos neste termo”. Esse pedido foi atendido pouco tempo depois.
Em 5 de julho desse ano a Câmara, por proposta de Querubim Bertoldo de Sousa, decidiu tomar assinatura do jornal “Correio Paulistano”, que publicava os atos oficiais do governo paulista, embora fosse um periódico particular. Essa deliberação mostra, porém, que o nível cultural da nossa Câmara era bastante razoável para a época.
Nessa época, a lei provincial n. 17, de 22/4/1863, alterou as divisas do município no limite com Mogi-Mirim e surgiu um conflito de jurisdição, logo resolvido. Entretanto, décadas mais tarde esse problema iria ressurgir, resultando em rumorosa questão entre os dois municípios, na houve até troca de tiros numa diligência.
Em setembro o presidente Miranda novamente se afastou por incômodos de saúde, sendo substituído por João Leite de Moraes Cunha. Miranda só voltou a reassumir o cargo em janeiro de 1864. Também nesse ano Miranda se afastou da presidência nos meses de junho a outubro.
Em novembro de 1863 uma epidemia de “bexigas” (varíola), obriga a Câmara a tomar providências para tratar os doentes pobres, estabelecendo uma enfermaria. Em abril de 1864 a epidemia já fora debelada e o encarregado do tratamento dos doentes pobres, Elias Francisco Pinto, apresentou a conta das despesas.
Ainda em novembro de 1863 chegou a notícia de que o governo havia atendido a reivindicação de Amparo e desanexado o Termo desta cidade do Bragança, criando aqui o cargo de Juiz Municipal. Esse Juizado teria uma jurisdição maior do que o Juizado de Paz e seria preenchido por nomeação do Presidente da Província. Também seriam nomeados cinco suplentes para o cargo, de modo que nunca faltaria um juiz municipal para decidir as causas de sua competência.
O ano de 1864 mostra o surgimento de uma novidade urbanística: a Câmara providencia a numeração das casas da vila e a colocação de “dísticos” (placas) com os nomes das ruas.

TRAÇOS BIOGRÁFICOS DOS VEREADORES

TRAÇOS BIOGRÁFICOS DOS VEREADORES

JOSÉ MANUEL DE MIRANDA

O Capitão José Manuel de Miranda, também conhecido por Juca Catarina, filho de Antônio José de Lima e Catarina Maria de Jesus, nascido em Bragança em 2 de novembro de 1822, foi casado com Maninha Luísa de Miranda, natural de Santa Bárbara, falecida aos 35 anos de idade em 1865 e enterrada na Igreja do Rosário (EFA, 149/150). José Manuel de Miranda, viúvo de Maninha Luísa de Miranda, casou no Amparo em 1869 com Francisca da Silveira Franco, filha de Francisco da Silveira Franco e de Ana Franco da Silveira, sua parente por afinidade em 2.0 grau mixto ao 1.0 (CA-5:142v). Francisca faleceu em 1876, mas o Capitão Miranda sobreviveu até 1894, deixando importante descendência no Amparo. Foi pai do também vereador Salvador José de Miranda, membro da câmara de 1881 a 1884 e em 1889, e de
João José de Miranda, que era proprietário da chácara denominada “dos Guedes”, na periferia da cidade, junto com o pai, além de Marcos de Miranda. (Atas, 8:100).
O Capitão Miranda era comerciante, com loja na Rua Direita, atual 13 de Maio, e foi membro destacado do Partido Liberal, tendo ocupado vários cargos públicos de eleição e de nomeação; em 1859 era o agente da Coletoria Geral da vila de Amparo; em 1860 era Inspector da Instrução Pública do distrito de Amparo; em 1862 era sub-delegado de policia e suplente de Juiz Municipal, cargo que voltou a ocupar em 1866 e 1870 (Atas, 1:122v/123; 2:24v/25 e 3:4); em 1878 foi nomeado coletor.
Em 26 de novembro de 1860 foi chamado como suplente a integrar a Câmara Municipal de Amparo, porque "faltando numero legal para abertura da presente sessão, foi convidado o Senhor Tenente José Manoel de Miranda (que tão bem teve voto para Vereador) e este comparecendo lhe foi dado pelo Senhor Presidente a forma do juramento de estillo para Vereador, prestando o juramento dos Santos Evangelhos em hum livro delles".
Foi eleito a primeira vez para a Câmara Municipal em 1860, pelo Partido Liberal, para o quadriênio 1861/1865, ocupando desde logo a presidência da casa. A 2 de fevereiro de 1863 pronunciou violento discurso contra as agressões praticadas pela Inglaterra em razão da "questão Christie", uma das poucas peças oratórias do período imperial transcritas nas Atas da Câmara. O Capitão Miranda alugou uma casa de sua propriedade à câmara, na rua Direita, atual Treze de Maio, para realizar suas sessões e as audiências do Juízo. Aliás, no terreno anexo a essa casa foi aberta a atual Rua Capitão Miranda.
Em 1871 deixou o cargo de Tesoureiro das Obras da Matriz, talvez magoado com o fato de lhe ter sido exigida uma prestação de contas extemporânea. (Atas, 3:14, 16/17 e 38). E, homem honrado, provavelmente também se ofendeu ainda mais, em 6/3/1871, quando o aferidor informou que a “vara” da loja de José Manuel de Miranda tinha uma polegada a menos. (Atas, 3:29 e 30).
Foi um dos fundadores da Loja Maçônica Trabalho em 1872. (EFA, 145/146). A despeito disso, ocupou durante muitos anos o posto de Tesoureiro das Obras da Matriz, no período em que esse templo foi construído.
Por volta de 1875 José Manuel de Miranda e sua mulher Francisca da Silveira Miranda era proprietários de um sítio no Córrego Vermelho, que venderam nesse mesmo ano a Francisco da Costa Bispo. (1° of., 34:160). Era dono também dos terrenos onde foi aberta a rua que hoje tem o seu nome.
Em 1877 fez parte da comissão encarregada de angariar na cidade donativos para a construção do Monumento da Independência do Brasil no Ipiranga.
Voltou à Câmara Municipal em 9/11/1885, ocupando como suplente a vaga deixada por Caetano Breton Ferreira Monforte (EFA, 196 – Atas, 5:43). Em 7/1/1886 foi eleito vice-presidente da Câmara.
Indicado por seu tradicional adversário Luís Leite em 1888 para o espinhoso e impopular cargo de membro Comissão de Classificação de Capitalistas e Lavradores de Café para fins de imposto, não consta que tenha recusado a incumbência. (Atas, 6:108)
Em 1892 foi apresentada à Câmara uma petição do Capitão José Manuel de Miranda e de seu filho João José de Miranda, na qual ambos se declaram proprietários da chácara denominada “dos Guedes” e fazem proposta de permuta de terrenos com áreas da Municipalidade junto ao Cemitério Municipal. O parecer da Comissão de Obras Públicas sobre esta proposta de José Manuel de Miranda foi favorável, visto facilitar o tráfego das carroças de remoção de águas servidas até o Rio Camanducaia. (Atas, 8:100/100v)

JOÃO LEITE DE MORAES CUNHA

João Leite de Moraes Cunha, vereador eleito em 1860 para o quatriênio 1861/1865, era casado com Ângela Penélope de Moraes, e teve os filhos: 1) Blandina Eudóxia de Moraes, que casou no Amparo em 1867 com seu primo Francisco Ferreira da Cunha, filho de Antônio Ferreira da Silva e Maria Caetana da Cunha (CA-5:118). Em 1891 estava viúva. 2)Eugênio Leite de Moraes, casado com Ângela Ferreira de Moraes. 3) Horácio Leite de Moraes, casado com Blandina Maria da Silva Moraes. 4) Amélia de Moraes de Carvalho, casada com João Ribeiro de Carvalho. 5) Virgílio Leite de Moraes. (Livro n. 3:75v das notas do 2º tabelião de Amparo); 6) Cornélio Leite de Moraes Cunha, mentecapto, curatelado por seu irmão Virgílio.
João Leite foi um fazendeiro progressista, que procurou desde logo substituir a mão-de-obra escrava por imigrantes, organizando para isso, em setembro de 1853, a Colônia Boa Vista, com 21 brasileiros e 75 alemães. (Chronologia Paulistana, 477).
Apesar disso, possuia um apreciável numero de escravos, alguns dos quais se casaram no Amparo em 1853: Florêncio, da África, com Bernarda, natural de Porto Alegre; Pedro, natural da África, com Efigênia, natural de Campinas; Benedito, natural de Campinas, filho de Manuel e Benedita, com Florinda, natural de Pernambuco, filha de Antônio e Gertrudes; Antônio, natural da África, com Felizarda, do "gentío da Guiné"; e Domingos casado com Maria, e Benedito, escravo que testemunhou um dos casamentos. E ainda em 1864 seu escravo Hirto (?), batizado em Campinas, natural "de nação", casou com Rita, crioula, batizada em Campinas, filha de Manuel e Benedita, também escravos de João Leite de Moraes Cunha; e na mesma época outros quatro escravos seus se casaram.
Em 1862 foi nomeado suplente de Juiz Municipal e também suplente de Delegado de Polícia. (Atas, 1:114ª- EFA, 139).
Em 26/11/1866, quando da nomeação das Comissões de Recrutamento no município de Amparo para a Guerra do Paraguai, no bairro do Jaguary foram escolhidos João Leite de Moraes Cunha e Bento Antonio Correa da Silva (Atas, 2:28v/29)
A 6/10/1873 João Leite de Moraes Cunha foi multado, por faltar na fatura da estrada da Boa Vista (Atas,3:181). Recorreu e a 1/12/1873 requerimento de João Leite de Moraes Cunha pedindo alívio de multa por faltar na fatura da estrada da Boa Vista foi deferido. (Atas,3:188)
Seu nome não voltou a aparecer na documentação até agora examinada, mas é certo que já era falecido em 1891.

INÁCIO JOSÉ BUENO

O vereador Inácio José Bueno, eleito em 1860 para o quatriênio 1861/1865, era lavrador, possuindo em 1856 terras no bairro da Areia Branca, beirando o rio Jaguari, que havia comprado a João Evangelista de Matos por escritura pública lavrada em Campinas. (RPT, 58/59)
Existiu um “Estrada de Inácio Bueno”, rodovia vicinal referida na divisão dos distritos em 1872. Era uma estrada secundária que começava na “ponte do Dr. Pupo”, sobre o rio Jaguari, e desembocava na “estrada do Serafim”, que ia de Amparo a Campinas. Esse caminho provavelmente foi construído por ele.
Nesse mesmo ano de 1861 era suplente de Juiz Municipal (EFA,13). Era político filiado à corrente do Partido Liberal, tendo participado do famoso conflito com os conservadores, ocorrido na Igreja do Rosário na apuração das eleições de 1869. (EFA, 34)
Em 24/12/1862 foi nomeado suplente de Juiz Municipal. (Atas, 1:122v/123). Essa nomeação foi repetida em 1866. (Atas, 2:24v/25).
Durante a Guerra do Paraguai foi nomeado, em 26/11/1866, para uma das Comissões de Recrutamento no município de Amparo, no Bairro dos Mineiros, junto com o Doutor Francisco Antonio de Araújo. (Atas, 2:28v/29)
Em 8/10/1866 uma Circular do Presidente da Província comunicava à Câmara ter nomeado para Suplentes do Juiz Municipal os Senhores, primeiro suplente o Alferes Antonio Pires de Godoy Jorge, segundo João de Souza Campos, terceiro José Manuel de Miranda, quarto Inácio José Bueno, quinto Antônio Rodrigues da Silva, e sexto Francisco Rodrigues Borges.
Era dono de vasta escravaria, pois só em 1858 oito de
seus escravos se casaram no Amparo: Clemente, de Campinas, com Catarina, de Sergipe, Serafino, africano, com Rita, Felizardo, africano batizado em Brotas, com Esperança, Domingos, do Rio de Janeiro, com Josefa, africana batizada em Santos, e João, africano batizado em Campinas, com Joaquina.
Há indícios de que fosse originário de Campinas, pois além da escritura citada acima ter sido lavrada naquela cidade, foi testemunha do casamento de José de Oliveira Bueno Prado, morador em Amparo, natural de Campinas, filho de Francisco José de Oliveira (+) e Joaquina Cândida Bueno com Gertrudes do Carmo Martins, natural de Campinas filha de Manuel Silvestre da Cunha (+) e Maria do Carmo Martins (CA-5:109v). Esse matrimônio foi celebrado em 2/3/1867. Nenhum dado sobre sua família foi obtido, excepto um assento de 1874 que menciona Aureliano Alves Bueno, menor, e Alípia da Conceição, menor, filhos do “finado Inácio José Bueno” (RIA-IP, 8:3v).

FRANCISCO DE ASSIS ARANTES

I - João Batista de Assis Arantes, casado com Mariana Isabel de França, (filha do Ajudante Pedro Antônio Nunes, de Portugal, e de sua mulher Gertrudes Maria da Anunciação, natural de Nazaré, filha do português Sargento Mor Jerônimo Gonçalves Pereira e de sua mulher Maria Francisca de Godoy - RPT, 244 e SL, 6:114) ), pais de:
1 - Francisco Batista de Assis Arantes, casado com Maria Rosa de Sousa, filha de Antônio de Sousa Melo, de Mogi das Cruzes, e de sua primeira mulher Justiniana Maria de Jesus. Maria Rosa, segundo Silva Leme, 8:351, depois de viúva se casou com seu tio Luís Gonçalves de Sousa Freire, sobrinho do Padre Roque de Sousa Freire, primeiro capelão do Amparo. Trata-se de um equívoco do linhagista, pois Maria Rosa se casou no Amparo com seu parente José Leite de Sousa, viúvo de Jesuína Maria de Sousa) Francisco Batista de Assis Arantes seria vereador na segundalegislatura da câmara de Amparo, de 1861 a 1865, mas só compareceu às sessões até abril de 1861. Parece ter falecido repentinamente, porque em junho já se cuidava da substituição "do finado Francisco de Assis Arantes, tendo se convidado ao Alferes Joaquim Manoel de Cerqueira Cesar para tomar posse como primeiro suplente na falta do finado Francisco de Assis Arantes, e comparecendo o mesmo prestou juramento e tomou posse".
Assis Arantes provavelmente pertencia ao Partido Conservador. Foi dono da fazenda Boa Vista, em Amparo, com meia légua de largura, "no caminho que vai para o sítio dos Francos", adquirida por herança de seu pai João Batista de Assis Arantes e de seu avô Pedro Antônio Nunes, bem como de um beco no Amparo. Era natural de Bragança e considerado pelo Dr. Áureo de Almeida Camargo um "adiantado lavrador".
Francisco Batista e Maria Rosa foram pais de:
1.1 - Deolinda Leite de Sousa Arantes, casada com o Coronel Luís de Sousa Leite, Barão do Socorro, Senador Estadual, chefe político conservador durante o Império e líder local nos primeiros anos da República. Deolinda fora casada em primeiras núpcias em 1864 com seu tio, o também vereador Francisco de Sousa Melo, filho de Antônio de Sousa Melo e Justina Maria de Sousa (CA-5:60).

QUERUBIM BERTOLDO DE SOUSA

Querubim Bertoldo de Sousa foi casado com Gertrudes Soares do Amaral, filha do Sargento-mor Domingos da Costa Machado e de sua segunda mulher Maria da Anunciação Camargo, filha do Capitão José Inácio de Camargo Penteado e de Gertrudes de Camargo Penteado, gente de Campinas (Silva Leme, 3:17 e 1:246) Silva Leme não lhe menciona filiação, nem geração, mas o Dr. Áureo de Almeida Camargo (in “O Cidadão Assis Prado”, 40) informa que ele era filho de João de Sousa Campos (os dados relativos a este João de Sousa Campos fornecidos por Silva Leme parecem incorretos). Apuramos que este João de Sousa Campos era casado com Maria Joaquina de Moraes (1º of., 31:2). Jolumá Brito, em História de Campinas, 18:101, dá Querubim como residindo em Santa Bárbara em 1855.
Querubim Bertoldo de Sousa aparece no RPT, 121A, como dono de um sítio na freguesia do Amparo, na estrada para Socorro, confrontando com José Manuel Cintra, Joaquim Antônio de Sousa, José Bonifácio Pereira, Felipe Antônio Pereira e Manuel Jacinto de Ávila, adquirido por compra feita em 1856 a Antônio José de Oliveira e sua mulher Maria Brandina de Oliveira. Querubim Bertoldo foi dono de escravos, alguns dos quais se casaram em Amparo por volta de 1861.
Vereador eleito em Amparo em 1860 pelo Partido Liberal, mais tarde se filiou ao Partido Republicano, do qual foi destacado elemento. Foi vereador em Amparo de 1861 a 1864. (Camara-2:1).
Em 27/4/1865 um ofício do Secretário do Governo comunicou à Câmara ter o Presidente da Província de conformidade com a proposta do Chefe de Policia nomeado a Querubim Bertoldo de Sousa quarto Suplente de Delegado de Policia do termo desta Vila e Joaquim de Paula Sousa Camargo para quinto Suplente da mesma Delegacia. (Atas, 1:180)
Em 1874 vendeu a seu cunhado Antão de Paula Sousa terras no lugar denominado Limoeiro, havidas por herança de sua mãe. Em 1890 era Coletor de Rendas Gerais de Amparo, ou seja, Coletor Federal. Em 10 de maio desse ano, classificado como produtor de café, reclamou que desde 1888 não tem feito colheita desse produto. (Atas, 7:72v)
Fica uma pergunta: - as nascentes denominadas "do Bertoldo", captadas para abastecer Amparo, eram suas?

JOÃO EVANGELISTA DE MATOS

Foi mais um dos vereadores ligados a Campinas que integraram a Câmara Municipal de Amparo. João Evangelista de Matos, foi eleito vereador em Amparo para o quatriênio 1862/1865, tendo prestado juramento em 8/4/1861. Foi um vereador pouco assíduo, tendo sido multado várias vezes por faltar às sessões.
João Evangelista, casado com Cândida Brasilina, era lavrador e possuiu colônia agrícola, havendo comprado de Manuel Jacinto de Ávila em 1849 terras no bairro do Moquem. Em 1868 vendeu essas terras a Antônio Carlos Pereira de Queiroz.
João Evangelista de Matos e Cândida Brasilina foram pais de:
1 - Brasilina Angélica de Matos, que casou no Amparo em 1862 com Domingos da Costa Neto, de Campinas, filho do Capitão José Pedro de Moraes e de Francisca de Paula Camargo. (CA-5:24) Domingos da Costa Neto era irmão de Manuela de Camargo Penteado, de Campinas, que casou no Amparo em 1864 com Justino José Pinheiro, de Itatiba, filho de José Leite Pinheiro e Francisca Cândida de Assis; de Maria Angélica de Siqueira, que casou no Amparo em 1867 com João de Sousa Aranha, natural de Capivari, filho de Pedro Manuel de Sousa Aranha e de Maria do Carmo (CA-5:107v/108); e de Carolina Leopoldina de Moraes Camargo, também campineira, que casou no Amparo em 1870 com Augusto Dias Aranha, de Campinas, filho do ex-vereador Francisco Dias Aranha e de Maria Angélica de Moraes. (CA-6:10v) Domingos da Costa Neto era aparentado com o vereador Querubim Bertoldo de Sousa e também com o vereador Francisco de Paula Camargo.

FRANCISCO DE PAULA CAMARGO

O vereador Francisco de Paula Camargo, eleito em 1861 para o quatriênio seguinte, era filho do Alferes Francisco de Paula Camargo, natural de Itu, falecido em 1828 em Campinas,e neto do Capitão Francisco de Paula Camargo. O vereador ainda residia no Amparo em 1868, quando foi testemunha do casamento do português Joaquim Inácio Ferreira dos Reis com Francelina Cardoso de Lima, natural de Atibaia, filha de Lucídio Antônio Rodrigues e Gertrudes Cardoso de Lima (CA-5:133v).
Francisco de Paula Camargo (que Silva Leme chama de Francisco de Paula Camargo Neto) era sobrinho de Ana Cândida do Amaral, filha do Capitão Francisco de Paula Camargo e sua primeira mulher Petronilha Clara Rodrigues do Amaral, e irmã do Alferes Francisco de Paula Camargo. Esta Ana Cândida foi casada em Campinas com Francisco Dias Aranha (SL, 4:220 e 1:238). Este, que foi vereador na primeira legislatura da Câmara Municipal de Amparo, era filho do Alferes João Dias Aranha de Quadros e irmão de Luís Augusto Dias Aranha, morador em Itu. Francisco Dias Aranha, depois de viúvo, casou com Maria Angélica de Moraes, que morava em Amparo em 1859, quando casou em segundas núpcias com João Francisco Leme, filho de Francisco Antônio Leme e de Maria da Silveira Franco (CA-5:3).
O vereador Paula Camargo era também primo do vereador liberal de 1885 Antão de Paula Sousa e do também vereador de 1869 José de Sousa Siqueira. Suas ligações familiares iam ainda mais longe, pois era parente das famílias Teixeira Nogueira, Galvão Bueno e Sampaio. Também eram parentes outras figuras ilustres como o Coronel Quirino e Francisco Rangel Pestana, além de Domingos da Costa Machado, que foi dono de uma grande propriedade entre os rios Jaguari e Atibaia, região que hoje abrange parte dos municípios de Americana, Nova Odessa e Sumaré. (Jolumá Brito, História da Cidade de Campinas, 18:98)

SUPLENTES CONVOCADOS

JOSÉ PIRES DE GODOY
FRANCISCO DE PAULA DIAS
MANUEL JOAQUIM DE CERQUEIRA CÉSAR
ANTÔNIO JOAQUIM DE ALMEIDA
JOAQUIM MANUEL DE CERQUEIRA CÉSAR
ANTÔNIO RODRIGUES DA SILVA
JOÃO BATISTA DE GODOY MOREIRA
MARCOS LOURENÇO GOMES
ANTÔNIO JOSÉ ALVES CORDEIRO
GABRIEL LEITE DA CUNHA

JOSÉ PIRES DE GODOY

O Capitão José Pires de Godoy, suplente de vereador convocado em 1862 para substituir os membros faltantes da câmara municipal, foi casado com Ana Francisca de Oliveira, pais de: José, batizado em 1850. (BA-5:42) Era lavrador, possuindo terras no bairro do Cascalho, hoje Pedreira, em comum com sua mãe e seus irmãos, como declarou ao Registro Paroquial de Terras em 1856. Faleceu em 1890. (EFA, 70, 76, 139, 198).
Este vereador, dados os seus vínculos familiares, pertencia provavelmente à corrente conservadora, já que descendia, em linha reta por seu pai Modesto Pires de Ávila, de Francisco Pires de Ávila, (filho de Felipe Pires de Ávila), que foi casado em 1811 em Bragança com Rosa Maria de Godoy, filha de José Ortiz de Camargo e de Gertrudes Maria de Godoy (Silva Leme, 1:36). Era ligado, pois, ao velho chefe conservador João Pedro de Godoy Moreira, genro de Felipe Pires de Ávila.
Sua carreira pública prosseguiu em 20/2/1871, quando ele e Jorge Franco do Amaral foram nomeados suplentes de Juiz Municipal. (Atas,3:23 e 32)
José Pires de Godoy voltaria à câmara em 1873, desta vez como vereador eleito, com 104 votos (Atas,3:146). Também havia sido já suplente de Delegado de Polícia, nomeado em 1862.
Em 3/11/1874, como não houve proposta na concorrência para construir Matadouro, a Câmara decidiu que a obra seria feita “por jornais” (por diaristas sob administração direta). O Capitão José Pires de Godoy foi vereador designado para controlar as férias (o “ponto”, ou seja, as despesas com a mão-de-obra). (Atas,3:238)
Na sessão de 4/9/1876 pelo vereador José Pires de Godoy foi apresentada uma indicação:- autorizar a venda dos terrenos do antigo Matadouro a 7$000 o palmo, “compreendidos entre a estrada de rodagem e a via-férrea” (Atas,3:292). Outra indicação de José Pires de Godoy, em
18/12/1876: pedir uma quota (verba) ao governo provincial para reparar a ponte sobre o Camanducaia na estrada para Mogi-Mirim, que havia caído, por “serem incalculáveis os prejuízos que resultam da interrupção do trânsito, visto como esta é uma estrada de exportação da maior importância”. Indicação aprovada. (Atas,3:296)
Quando da construção do Monumento da Independência do Brasil no Ipiranga, estava incluído numa das comissões nomeadas em 3/9/1877 para angariar donativos: - nos bairros do Cascalho e Jaguari: Capitão José Pires de Godoy, João Pedro de Godoy Moreira e José de Campos Sousa Pimentel. (Atas, 3:336)
Apesar do parentesco e das ligações políticas, desaveio-se em 29/11/1881 com seu parente João Pedro de Godoy Moreira. Nessa ocasião o Capitão José Pires de Godoy alegou ser falsa denúncia feita por João Pedro de Godoy Moreira de que estreitou a estrada de servidão dele, pois transitavam por ela troles e carroças. (Atas, 4:75v) E contra-atacou em 2/1/1882, apresentando queixa contra João Pedro de Godoy Moreira. (Atas, 4:79v)

FRANCISCO DE PAULA DIAS

Francisco de Paula Dias foi convocado como suplente e prestou juramento como vereador na Câmara de Amparo em 15 de abril de 1862. (EFA, 76)
O suplente de vereador Francisco de Paula Dias era casado com Maria da Luz de Godoy; foi morador durante algum tempo em Jundiaí onde nasceram seus filhos. Francisco de Paula Dias era dono em 1856 de "um sítio de terras lavradias no Bairro das Três Pontes, com um quarto em quadra, mais ou menos", comprado em 1849 a Bento Antônio de Moraes. (RPT, 2).
Descobrimos dois filhos desse casal:
1- Joaquim Rodrigues da Cruz, natural de Jundiaí, filho de Francisco de Paula Dias e Maria da Luz de Godoy, casado em 1850 no Amparo com Leopoldina Francisca da Cunha, viúva de Inácio Barbosa, sepultado em Campinas, que foram pais de:
1.1 - Maria, filha menor de Joaquim Rodrigues da Cruz e de Leopoldina Francisca, falecida em 1851 (ADF, 7).
1.2 - Maria Leopoldina da Conceição, amparense,filha de Joaquim Rodrigues da Cruz e de Leopoldina Franco da Cunha, casou no Amparo em 1868 com Egídio Cesarino de Oliveira, natural de Jundiaí, filho de José Galdino de Oliveira e Ana Cândida de Almeida. Egídio Cesarino também foi vereador em Amparo por volta de 1873. (CA-5:136v/137)
2- Gertrudes Maria das Dores, natural de Jundiaí, filha de Francisco de Paula Dias e de Maria da Luz de Godoy, casou no Amparo em 1862 com Pedro Mendes do Amaral, filho de Modesto Mendes do Amaral e de Joana Maria de Jesus (CA-5:31).