JOSÉ PIRES DE GODOY

O Capitão José Pires de Godoy, suplente de vereador convocado em 1862 para substituir os membros faltantes da câmara municipal, foi casado com Ana Francisca de Oliveira, pais de: José, batizado em 1850. (BA-5:42) Era lavrador, possuindo terras no bairro do Cascalho, hoje Pedreira, em comum com sua mãe e seus irmãos, como declarou ao Registro Paroquial de Terras em 1856. Faleceu em 1890. (EFA, 70, 76, 139, 198).
Este vereador, dados os seus vínculos familiares, pertencia provavelmente à corrente conservadora, já que descendia, em linha reta por seu pai Modesto Pires de Ávila, de Francisco Pires de Ávila, (filho de Felipe Pires de Ávila), que foi casado em 1811 em Bragança com Rosa Maria de Godoy, filha de José Ortiz de Camargo e de Gertrudes Maria de Godoy (Silva Leme, 1:36). Era ligado, pois, ao velho chefe conservador João Pedro de Godoy Moreira, genro de Felipe Pires de Ávila.
Sua carreira pública prosseguiu em 20/2/1871, quando ele e Jorge Franco do Amaral foram nomeados suplentes de Juiz Municipal. (Atas,3:23 e 32)
José Pires de Godoy voltaria à câmara em 1873, desta vez como vereador eleito, com 104 votos (Atas,3:146). Também havia sido já suplente de Delegado de Polícia, nomeado em 1862.
Em 3/11/1874, como não houve proposta na concorrência para construir Matadouro, a Câmara decidiu que a obra seria feita “por jornais” (por diaristas sob administração direta). O Capitão José Pires de Godoy foi vereador designado para controlar as férias (o “ponto”, ou seja, as despesas com a mão-de-obra). (Atas,3:238)
Na sessão de 4/9/1876 pelo vereador José Pires de Godoy foi apresentada uma indicação:- autorizar a venda dos terrenos do antigo Matadouro a 7$000 o palmo, “compreendidos entre a estrada de rodagem e a via-férrea” (Atas,3:292). Outra indicação de José Pires de Godoy, em
18/12/1876: pedir uma quota (verba) ao governo provincial para reparar a ponte sobre o Camanducaia na estrada para Mogi-Mirim, que havia caído, por “serem incalculáveis os prejuízos que resultam da interrupção do trânsito, visto como esta é uma estrada de exportação da maior importância”. Indicação aprovada. (Atas,3:296)
Quando da construção do Monumento da Independência do Brasil no Ipiranga, estava incluído numa das comissões nomeadas em 3/9/1877 para angariar donativos: - nos bairros do Cascalho e Jaguari: Capitão José Pires de Godoy, João Pedro de Godoy Moreira e José de Campos Sousa Pimentel. (Atas, 3:336)
Apesar do parentesco e das ligações políticas, desaveio-se em 29/11/1881 com seu parente João Pedro de Godoy Moreira. Nessa ocasião o Capitão José Pires de Godoy alegou ser falsa denúncia feita por João Pedro de Godoy Moreira de que estreitou a estrada de servidão dele, pois transitavam por ela troles e carroças. (Atas, 4:75v) E contra-atacou em 2/1/1882, apresentando queixa contra João Pedro de Godoy Moreira. (Atas, 4:79v)