MANUEL JOAQUIM DE CERQUEIRA CÉSAR

O alferes Manuel Joaquim de Cerqueira César, suplente de vereador convocado em 17 de abril de 1862, é um nome fácil de ser confundido. Existiu um Capitão Manuel Joaquim de Cerqueira César, falecido em 1845, que foi casado com Manoela de Oliveira César, morador em Bragança, mas proprietário rural no Amparo, o qual evidentemente não pode ser o nosso vereador, mesmo porque era pai dele. (EFA, 69, 76). Além disso, vários membros da família Cerqueira César aparecem às vezes nos textos da época com o sobrenome Silveira César, por lapso do escriba ou por vício de um tempo em que os nomes próprios não tinham a fixidez de hoje.
O nosso vereador, porém, é o Alferes Manuel Joaquim de Cerqueira César, natural de Bragança, filho do capitão Manuel Joaquim de Cerqueira César e Manuela de Oliveira César, casado no Amparo em 1846 com Maria Jacinta de Moraes, amparense, filha de Felipe Antônio Pereira e Maria Gertrudes de S ousa (CA-2:78). Em segundas núpcias foi casado com Bibiana Maria do Carmo, a qual depois de viúva casou em 1867 com Henrique de Sousa de Moraes, viúvo de Gertrudes Pires da Fonseca, sepultada em Serra Negra. (CA-5:104v) Manuel Joaquim e Maria Jacinta tiveram pelo menos: Ana, batizada em 1850, e Sabino de Cerqueira César que em em 1875 casou com Ana Teresa de Oliveira, filha de José Corrêa Galvão e de Tomásia Maria de Oliveira. .
De qualquer modo, o suplente de vereador de 1862 é o mesmo Manuel Joaquim de Cerqueira César que, em 1857, exerceu o cargo de Fiscal da Câmara, que fora recusado por Manuel Joaquim Franco. Ele foi proposto para esse cargo pelo Vereador Manuel Fernandes Palhares de Andrade, "e sendo unanimemente aprovada tal proposta, oficiou-se ao referido cidadão para que imediatamente comparecesse a prestar juramento, e a tomar posse do referido cargo, caso o aceitasse, e comparecendo o mesmo foi-lhe pelo Senhor Presidente deferido o juramento" (Atas, fls. 2). A 19 de outubro de 1858, porém, "foi attendida pela Camara a demissão pedida pelo Fiscal Manoel Joaquim de Cerqueira Cesar e nomeado para o substituir Manoel Joaquim Franco, o qual aceitando lavrou termo de juramento e tomou posse, lavrando-se o referido termo em livro competente". (Atas, fls. 17)
Em 1861 era comerciante (Atas, 1:89v/90)
Manuel Joaquim de Cerqueira César também foi suplente de Delegado de Policia, nomeado em 1862. (EFA, 139) Era fogueteiro de profissão, além de barbeiro e cabelereiro, estabelecido na Rua Municipal, 35, em 1873 e também teve um bilhar. (Almanak para a Província de São Paulo, 1873, p. 425).
Em 23/8/1862, “pelo Fiscal Manuel Joaquim Franco foi apresentado a esta Camara hum termo em que constava ter multado Manuel Joaquim de Cerqueira Cezar, por ter jogo de bilhar em sua casa, cobrando as partidas sem ter licença ou pago os direitos da Câmara”. (Atas, 1:115v). Manuel Joaquim de Cerqueira César não se conformou com a multa e pediu que o Fiscal fosse demitido. A Câmara não o atendeu.
Convocado em 14/9/1866, na legislatura seguinte, para assumir novamente a vereança, na qualidade de suplente que era, pediu escusa e não compareceu. (Atas, 2:48v/49v)
Em 28/1/1885 Manuel Joaquim Cerqueira César fez parte da vasta lista de moradores da Rua Municipal e do Largo do Mercado, todos “prejudicados pelas águas do rio Camanducaia que tendem a demolir a construção nos pontos indicados, estragam o porto e o logradouro público e destroem a cabeceira da ponte” – pediam providências da Câmara. (Atas, 5:4).