PEDRO NOLASCO DA SILVEIRA

Pedro Nolasco da Silveira, filho do capitão Inácio Caetano da Silveira e de Delfina de Campos, foi casado com Helena da Silveira, filha do alferes, depois tenente-coronel, Francisco da Silveira Campos, filho do último capitão-mor de Atibaia Lucas de Siqueira Franco, e de Escolástica de Araújo Cintra, filha do alferes Jacinto de Araújo Cintra e de Maria Francisca Cardoso. (Silva Leme, 2:60 e segs.)
Pedro Nolasco foi candidato a vereador em 1873 para oi quatriênio que se iniciava nesse ano, obtendo 8 votos e ficando como suplente. (Atas,3:147) Dadas suas origens familiares é de se presumir que pertencesse ao Partido Liberal.
Ainda mantinha vínculos nessa época com a terra de origem de sua família, pois Pedro Nolasco da Silveira e seus irmãos José Inácio da Silveira e Francisco Inácio da Silveira venderam, em 1875, “terras no sítio que foi do finado Capitão Mor Lucas de Siqueira Franco, em Atibaia, havidas por herança do próprio Capitão Mor e do sogro de Pedro Nolasco Francisco da Silveira Campos. (1º of., 34:163v)
Na Sessão Extraordinária de 20/6/1876, sob presidencia do Dr. Francisco Antônio de Araújo, presentes o Capitão José Francisco Leme, Elias Lourenço Gomes, compareceram os suplentes convocados Pedro Nolasco da Silveira e Joaquim Martins Barbosa, “por terem faltado os proprietários”. (Atas,3:281)
Em julho de 1878 foi apresentado à Câmara um requerimento de Escolástica de Araújo Cintra que pede “a desapropriação por utilidade pública da parte dos terrenos de Pedro Nolasco da Silveira necessária para a abertura de uma estrada que do Bairro do Rumo e outros adjacentes vem a sair na estrada que vai para o sítio de Florêncio José Soares e Bairro da Posse. (Atas, 3:372)
Em 21/10/1878, outra representação de 34 indivíduos de Amparo e Serra Negra foi apresentada, encarecendo a utilidade de um caminho que desvie do “morro Cachoeira e encurte o trajeto entre o bairro das Posses e do Rumo”; facilitaria a exportação de 30 mil arrobas de café produzidas no bairro do Rumo e facilitaria também a comunicação dos habitantes de Serra Negra com Amparo porque dará passagem a carros e carroças, com vantagens para a agricultura e comércio dos dois municípios. Nunes Jr. declarou ser suspeito na causa e passou a presidência a Bernardino de Campos; também Prestes Jr. se deu por suspeito por seu parentesco com Pedro Nolasco da Silveira. A comissão encarregada de examinar o requerimento de D. Escolástica de Araújo Cintra e a ligação entre os dois bairros deu parecer favorável à abertura da nova estrada, passando por terras de Pedro Nolasco e de D. Escolástica, por encurtar a distância e evitar os trechos mais montanhosos. A comissão era constituída por Godoy Jorge, Franco e Pires Pimentel. Houve a leitura dos requerimentos de Pedro Nolasco da Silveira, que se opunha ao pedido dos 34 moradores e que se declarou decepcionado com D. Escolástica que pleiteva a desapropriação, num longo protesto contra a abertura da estrada. Mas o requerimento de Pedro Nolasco da Silveira foi indeferido e aprovado o parecer da Comissão, decretando-se a desapropriação dos terrenos necessários à abertura da estrada. (Atas, 3:387/391)
Em 4/12/1878 a Câmara recebeu um ofício de Pedro Nolasco da Silveira comunicando que recorria ao Presidente da Província contra a decisão da Câmara que deferiu a petição de D. Escolástica de Araújo Cintra, para abertura de estrada no bairro das Posses. (Atas, 3:395) Não nos foi possível apurar o desfecho da questão, mas presumimos que a a estrada tenha sido aberta.
A última notícia que encontramos sobre o fazendeiro Nolasco data de 20/9/1890, quando Pedro Nolasco da Silveira foi nomeado membro da comissão de fazendeiros para estudar a criação de um imposto para conservação de estradas. (Atas, 7:104)